ATA
DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
QUINTA LEGISLATURA, EM 10-02-2011.
Aos
dez dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá,
Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga,
Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto,
Haroldo de Souza, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença e Waldir Canal. Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 005/11, do senhor Paulo Roberto
dos Santos; 005/11, do senhor Robson Antônio de Almeida, Coordenador Nacional Adjunto
do Programa Monumenta do Ministério da Cultura; 015/11, da vereadora Tânia
Cristina Theis, Presidenta da Câmara Municipal de Alto Alegre – RS –; 096/11,
da senhora Luzia Guedes da Silva Mendes, Coordenadora-Geral de Convênios do
Ministério do Desenvolvimento Agrário; e 335/11, do senhor Carlo Roberto Simi,
Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e
Emprego. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Primeira Sessão Especial e da
Primeira e Segunda Sessões Extraordinárias e a Ata Declaratória da Primeira
Sessão Ordinária. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao senhor José Luiz Bortoli de Azambuja, Diretor-Presidente do
Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio Grande do Sul – SENGE/RS –, que
defendeu a concessão de verba de responsabilidade técnica a engenheiros,
arquitetos, geólogos e geógrafos vinculados à Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, discorrendo sobre a viabilidade político-financeira dessa proposta e
solicitando o apoio dos senhores vereadores para que seja efetivada a sua implantação.
Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Nelcir Tessaro,
Mario Fraga, Idenir Cecchim, Elias Vidal, Carlos Todeschini e Beto Moesch
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato, Engenheiro
Comassetto, este pela oposição, e Toni Proença. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se
o vereador Engenheiro Comassetto. Às quinze horas e doze minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e treze
minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães, Adeli Sell, Dr. Raul Torelly, Aldacir José
Oliboni, Nelcir Tessaro e Sebastião Melo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Luciano Marcantônio, João Antonio Dib, Aldacir José
Oliboni, Nilo Santos, Pedro Ruas e Luiz Braz. Na oportunidade, o
vereador Sebastião Melo manifestou-se, solicitando informações acerca da
Coordenação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem Urbano.
Ainda, o senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do trigésimo primeiro
aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores. Também, o vereador
Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente,
solicitando seja viabilizado o acesso de Sua Excelência aos autos do Processo
nº 2408/01, tendo-se manifestado a respeito o vereador Nilo Santos. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Beto Moesch. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 192,
193 e 194/10 e 002, 003, 007 e 008/11; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 021/10 e os Projetos de Resolução nos 043/10, 001,
002, 003, 004 e 005/11. Às dezesseis horas e cinquenta e seis minutos, nada
mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença.
Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de
hoje tratará de assunto relativo à viabilidade político-financeira de pagamento
de verba de responsabilidade técnica aos engenheiros, arquitetos, geólogos e
geógrafos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Sr. José Luiz Bortoli de
Azambuja, Diretor-Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul,
Senge/RS, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.
O SR. JOSÉ LUIZ BORTOLI DE AZAMBUJA: Obrigado, Ver.
DJ Cassiá, a quem saúdo inicialmente, peço que transmita os nossos sinceros
agradecimentos à Verª Sofia Cavedon, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, por ela ter nos recebido, recentemente, na condição de Prefeita em
exercício na Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, e ter demonstrado
interesse no encaminhamento do nosso pleito. Da mesma forma, quero saudar os
demais Vereadores, Vereadoras, agradecendo à Mesa Diretora da Casa pela
disponibilidade deste espaço político, público e democrático, para apresentarmos
os fundamentos deste movimento, que busca a valorização dos profissionais de
nível superior de engenharia, arquitetura, agronomia e demais categorias da
Prefeitura de Porto Alegre com registro no CREA-RS.
Agradeço desde já aos
Vereadores Nelcir Tessaro, Airto Ferronato, Adeli Sell, Mauro Pinheiro, João
Carlos Nedel, Carlos Todeschini e Toni Proença pela atenção dispensada ao
Sindicato dos Engenheiros e aos profissionais da Prefeitura desde os nossos
primeiros passos em busca do reconhecimento, por parte da Administração
Municipal, da responsabilidade técnica que caracteriza e distingue a nossa
atividade. Reconhecimento que encerra, também, a intenção de perseguir a
crescente valorização do serviço público do Município de Porto Alegre. Saúdo os
colegas engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos, servidores da Prefeitura
de Porto Alegre: vocês são profissionais comprovadamente dotados de enorme
competência técnica e de um espírito público ainda maior. Conviver lado a lado
com vocês consolidou em mim o valor do trabalho que desenvolvem e que, com
muita dedicação, torna esta Cidade, historicamente, um espaço urbano
diferenciado, em resposta direta e positiva aos anseios da coletividade,
justificadamente exigente. É uma honra para o Senge representá-los e liderar
este movimento.
Cidadãos porto-alegrenses, profissionais da
imprensa, público em geral, nosso movimento pela valorização profissional dos
engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre tem como objetivo fundamental o estabelecimento da justiça. Justiça
porque, partindo da Constituição Federal e de todo o arsenal legal disponível
para qualquer tipo de interpretação, perceberemos que o princípio da isonomia
entre os servidores está invariavelmente estabelecido como elemento básico da
Administração Pública. Sua não observância entre servidores de idêntico grau de
responsabilidade, ainda mais quando observada a falta de vontade política para
seu estabelecimento, demonstra de forma clara a existência de dois pesos e duas
medidas. Demonstra também a incapacidade de gestão por parte dos
administradores, eleitos que foram para resolver problemas e não para
ignorá-los, empurrando para baixo do tapete os espinhos inerentes às suas
funções. Assim, é possível afirmar que cometem uma flagrante injustiça as
Administrações Municipais que estabelecem injustificável tratamento
diferenciado nos vencimentos dos seus quadros e fingem não perceber a
discrepância, ou, então, acham as discrepâncias naturais.
Justiça, repito, é o que nos move neste movimento.
Recorremos a esta tribuna para reverberar nosso posicionamento favorável à luta
dos colegas engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos da Prefeitura de
Porto Alegre pela valorização de suas carreiras, através da criação de
mecanismos práticos e comprovadamente eficazes de compensação por riscos da
atividade. Mecanismos já praticados pela própria Prefeitura; alguns têm sido
criados nesta mesma Administração, reproduzindo um modelo de remuneração e de
valorização que já contempla outras categorias de servidores municipais, cuja
conquista serve de inspiração ao nosso movimento e à nossa luta.
Os profissionais engenheiros, arquitetos, geólogos
e geógrafos com carreiras regulamentadas, atuando sob a égide da Anotação de
Responsabilidade Técnica, colocam como fiança para a excelência de sua atuação
o seu diploma universitário, seu patrimônio
pessoal e até mesmo sua própria liberdade como garantia a eventuais danos
causados a terceiros decorrentes das obras ou dos serviços sob sua
responsabilidade. Isso fundamentou a apresentação, em maio do ano passado, de
uma proposta de Projeto de Lei do Executivo visando a implantar a Verba de
Responsabilidade Técnica, ainda sem análise, concluída pelos órgãos e
Secretarias da Capital, mas já implantada em Passo Fundo e em análise em outros
Municípios do Estado. Exemplificando: quando morre um motociclista em
decorrência de conserto mal executado no pavimento; quando um poste de
iluminação cai e mata uma criança; quando uma parede cai, ferindo um operário; quando
um jovem morre eletrocutado em uma parada de ônibus. São casos que afetam
diretamente o profissional responsável pela intervenção pública, ou seja, os
engenheiros, os arquitetos, os geólogos e geógrafos da Prefeitura. A eles cabe
a responsabilidade de atestar a qualidade das obras executadas, afiançar a
inexistência de riscos em estruturas danificadas e determinar as medidas de
segurança necessárias.
Por outro lado, é
deles também a responsabilidade de autorizar o pagamento de quantias vultosas
referentes a obras ou serviços executados. São eles que analisam todos os
projetos de loteamentos, condomínios e edificações produzidas pela iniciativa
privada, também são eles que fornecem a licença para uso dos prédios
construídos, o chamado habite-se. A responsabilidade pela qualidade da água que
bebemos, pela adequada disposição do lixo, pela qualidade do ar, pela
arborização, pelo planejamento do trânsito, pela construção de vias, parques,
praças é exclusiva e específica desses profissionais, que também realizam
perícias e produzem laudos que sustentam a defesa do Município no Judiciário.
São eles que emitem o Licenciamento Ambiental, atitude que irá beneficiar não
só a atual geração, mas também as futuras gerações, mesmo contrariando
interesses econômicos, políticos e até mesmo administrativos.
Demonstrando os
riscos inerentes da atividade profissional e a importância estratégica do
engenheiro, do arquiteto, do geólogo e do geógrafo na qualidade e
disponibilidade dos serviços prestados pela Administração ao cidadão, eu
pergunto: se eles aprovam o projeto e se responsabilizam pelo habite-se, não
seria justo receberem tratamento idêntico ao dispensado aos colegas economistas, contadores, agentes fiscais e outros que já recebem dois e
meio salários básicos a mais? Pergunto ainda: estaria tal diferença justificada
pelo lançamento dos prédios no sistema de tributação? Beneficiados
recentemente, de forma inédita, pelo pagamento da anuidade da OAB a expensas do
Erário, também os procuradores e assessores jurídicos que representam o
Município perante o Judiciário valem-se na maioria das vezes de perícias e
laudos produzidos por seus colegas registrados no CREA. Para isso, são
remunerados da mesma forma: com dois e meio salários básicos a mais que os
engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos.
Desconhecemos,
senhores e senhoras, um só caso de indiciamento em inquérito policial de
municipário que errou no lançamento de impostos ou atuou em ação em que o
Município tenha sido condenado, mas são muitos os exemplos de indiciamento de
engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos que neste momento estão
respondendo na justiça por eventuais acidentes ocorridos nas obras e serviços
em execução pela Prefeitura. Demonstrando utilizar-se de dois pesos e duas
medidas, a Prefeitura de Porto Alegre tem optado por pagar melhor aos
fazendários e jurídicos, distribuindo gratificações àqueles que atuam nas
Secretarias ou Gabinetes por acreditar serem imprescindíveis ao atendimento das
metas do Governo, enquanto aqueles que contribuem tecnicamente para a definição
e alcance de metas nas mais diversas áreas de atuação do poder público, através
de programas sociais e de investimentos de recursos federais, estaduais e do
município, permanecem pouco valorizados como se fossem profissionais de nível
universitário de segunda linha.
Não temos nada a opor
ao reconhecimento que a Administração Municipal dá a outras categorias
profissionais. Todas têm suas funções e contribuem com o seu trabalho para o
desenvolvimento da Cidade. Mas tenho a convicção de que, ao privilegiar alguns
em detrimento de outros, se cria uma clara situação de injustiça. Reivindicamos
o mesmo reconhecimento, porque sabemos que a nossa atuação está diretamente
ligada à qualidade dos serviços que o Município oferece à população. Sabemos,
ao mesmo tempo, que nossa atuação interfere diretamente nas receitas e despesas
do Município.
Como todos sabem,
nossa Cidade prepara-se para receber os jogos da Copa de 2014, situação que
envolve a construção de prédios, a abertura e ampliação de vias, a criação e reforma de postos de saúde, escolas, praças e parques, o
que trará benefícios permanentes à coletividade. É inegável que, em todas essas
intervenções, o trabalho dos engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos será
imprescindível. É preciso agilizar a aprovação dos projetos, fiscalizar com
conhecimento técnico a atuação dos empreiteiros contratados pela Prefeitura,
tomar decisões técnicas com conhecimento de causa. Só que as atribuições
inerentes a esse trabalho todos nós aqui presentes sabemos a quem pertence.
Também é importante
acrescentar um ingrediente fundamental nesse cenário: a forte demanda por
profissionais, originada pelo atual ciclo de desenvolvimento econômico,
situação que já afasta do interesse pelo serviço público os novos profissionais
formados em nossas universidades. Como ficará a qualidade dos serviços
prestados pela Prefeitura sem a devida valorização das carreiras dos
servidores? De que forma a Administração irá repor seus quadros sem um
alinhamento com a realidade do mercado de trabalho imposta pelo setor privado?
O Município de Porto Alegre conta hoje com uma equipe de engenheiros,
arquitetos, geólogos e geógrafos com experiência e conhecimento, capazes de
atender o crescimento da demanda por seus serviços, mas esses profissionais
estão sendo tratados como “profissionais de segunda linha”. Por que sua
remuneração é inferior à daqueles que cobram impostos e processam o cidadão?
Mesmo que a cobrança de impostos seja absolutamente necessária para o
Município, sob o ponto de visita de quem paga impostos, isso é uma absoluta
inversão de valores. Seguramente, quem paga impostos deseja ter retorno na
forma de produtos e serviços de qualidade que melhorem a sua vida. E tais
produtos e serviços passam, obrigatoriamente, pela qualificada atuação de
engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos da Prefeitura de Porto Alegre.
Liderados pelo
Sindicato dos Engenheiros, desde maio de 2010, cerca de 450 profissionais estão
mobilizados, reivindicando a adequada valorização do seu trabalho a partir da
responsabilidade técnica. No entanto, a atual Administração tem
desconsiderado esse movimento e tratado o assunto como se ele não tivesse
importância ou repercussão na qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos de
Porto Alegre. Palavras do próprio Secretário Busatto, reproduzindo claro
posicionamento oficial, indicam “não haver razões que o convençam da justiça
das reivindicações”.
Srs. Vereadores, nós sabemos da preocupação de cada
um dos senhores para com a qualidade dos serviços disponibilizados à população
de Porto Alegre, e estamos aqui solicitando o apoio de vocês na busca, junto ao
Executivo Municipal, do reconhecimento do valor do nosso trabalho. Que sejamos
tratados, pelo menos, com o respeito devido, dando resposta à nossa proposta
protocolada em maio de 2010 - ainda sem manifestação dos órgãos da
Administração do Município. Valorizar os profissionais não é uma benesse ou um
favor concedido pela Prefeitura; é, sim, um investimento na Cidade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convido o Sr. José Luiz Bortoli de Azambuja,
Diretor-Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul,
a fazer parte da Mesa.
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; quero cumprimentar o Sr. Bortoli, nosso
Presidente do Senge/RS, cumprimentar todos os engenheiros, arquitetos, geólogos
aqui presentes e dizer que nós sabemos dessa demanda, pois, em 2010, quando me
encontrava na presidência desta Casa, muitas vezes recebi a comissão que vinha
justamente trazer o seu pleito para esta Câmara de Vereadores. Quando estive
como Prefeito em exercício, recebi também a entidade e seus representantes e, em
outra oportunidade, acompanhei uma audiência com o Prefeito José Fortunati.
Quero dizer que o pleito é justo, nós sabemos da responsabilidade técnica que
os engenheiros têm no pós-obra; sabemos da responsabilidade e, principalmente,
dos serviços essenciais que presta um engenheiro à comunidade porto-alegrense.
Como bem disse, nos próximos anos, de 2011 a 2014,
teremos obras importantes em Porto Alegre, e sabemos que essas obras não
acontecerão sem que haja a interferência, o trabalho dos engenheiros e afins,
para que possamos fazer com que Porto Alegre seja a Porto Alegre do futuro, a
Porto Alegre da Copa do Mundo que esperamos. Então, eu quero dizer que somos
favoráveis ao justo, a essa verba de representação técnica, que é justamente
para fazer com que a responsabilidade técnica do engenheiro que responde pelos
acidentes, enfim, pelo pós-obra, seja reconhecida. Quero dizer que nós somos
favoráveis. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, meu caro Ver. DJ Cassiá; nosso Presidente do Senge, Sr.
José Luiz Bortoli de Azambuja, que está aqui conosco hoje; Srs Vereadores e Sras
Vereadoras, faço uma saudação especial aos nossos visitantes, com seus
capacetes brancos: os engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos e geógrafos
da Prefeitura de Porto Alegre. Faço uma saudação toda especial aos
profissionais que atuaram ou atuam lá no DEP, órgão do Município que tive a honra
de presidir, fui Diretor-Geral.
Gostaria de dizer que nesses últimos tempos eu
recebi em torno de uma centena de e-mails
e, lá nas madrugadas, respondi a maioria deles; senão respondi alguns,
perdoem-me, talvez eu possa ter me passado. Eu sou funcionário público
aposentado. Trabalhei na União, no Estado e andei pelo Município, meu caro
Cecchim, meu colega de faculdade; trabalhei no Executivo e no Legislativo. Ou
seja, eu sou, por excelência, funcionário público. E até no contraponto: lá em
1974, 1975, quando eu assumi como Contador do Ministério da Fazenda, tínhamos
uma luta, e ela hoje é uma realidade. Estive no Estado como Fiscal de Tributos;
tínhamos algumas lutas que hoje são realidades. Então, meu caro Presidente,
meus caros colegas funcionários, a luta é necessária, é positiva, é a partir
dela que conquistamos as nossas vitórias.
Eu cito o exemplo lá do DEP, para ressaltar a
importância da profissão de vocês. Eu tive a honra de ter sido Diretor-Geral do
DEP, lá os engenheiros trabalharam comigo, e nós elaboramos projetos, muitos
projetos, mais de vinte! Eu levei os projetos para Brasília em 2004, e hoje a
Prefeitura de Porto Alegre está executando todos aqueles projetos lá no DEP.
Mérito de quem? Daqueles profissionais, que conhecem o assunto, que elaboraram
os projetos e que hoje estão beneficiando centenas de milhares de
porto-alegrenses. Daí a nossa luta, porque a batalha é justa. Eu compreendo que
o sistema de cargos - os salários, as funções, as remunerações da Prefeitura de
Porto Alegre - está muito defeituoso, tem muitos defeitos. A Prefeitura
precisa, necessariamente, dar uma atenção especial aos níveis de remuneração e
a que tipo de remuneração presta aos servidores públicos municipais. Eu
acredito na visão da necessidade, sim, da responsabilidade técnica, porque isso
é um plus e um reconhecimento por
aquilo que se presta de positivo para a cidade de Porto Alegre.
Foi por isso que eu respondi a todos vocês, dizendo
que estou junto nessa empreitada, porque ela é justa, positiva, necessária e
boa para a cidade de Porto Alegre. Os servidores públicos federais, estaduais e
municipais precisam ter remuneração e plano de salários compatíveis com sua
função e não extraordinariamente desiguais. É isso que prejudica e dificulta as
ações do setor público. Estamos juntos, um abraço a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mario Fraga está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Presidente José Luiz, público que nos
prestigia nas galerias, engenheiros, arquitetos, geólogos, eu queria fazer
parte dessa reivindicação de vocês pela Bancada do PDT. Falei com o nosso
Líder, o Ver. Mauro Zacher, para que participássemos, com vocês, dessa
reivindicação. O nosso Prefeito José Fortunati assumiu a Prefeitura em abril,
vocês reivindicaram a partir de maio, e nós, da Bancada do PDT, em especial
este Vereador - trabalhei desde o início da minha vida junto a engenheiros do
DEP, do DMAE, da Corsan -, temos o maior carinho e admiração por essas
profissões. Tanto que, no fim de semana passado, mostrei para a minha afilhada,
a qual eu crio, algumas obras na Av. Ipiranga, dizendo o quanto era importante
o engenheiro e o arquiteto, talvez para levá-la a esse caminho. Nem imaginava
que estaria aqui hoje falando aos engenheiros, arquitetos e geólogos.
A Bancada do PDT hoje está reformulada com a
presença do Ver. Luciano Marcantônio, do Ver. Mario Fraga; do Mauro Zacher,
nosso Líder; do Dr. Thiago Duarte, que assumiu a titularidade, e do Ver.
Tarciso Flecha Negra, que nesses dois anos de Vereança já é um grande Vereador,
experiente nesta Cidade. Presidente José Luiz, eu queria pedir que, sempre que
fossem fazer uma reivindicação, que nos colocassem junto, que nos telefonassem e
nos avisassem, que nós vamos fazer voz com vocês. Muito obrigado. Bom trabalho!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente José Luiz, engenheiros, arquitetos, geólogos e geógrafos,
posso dizer que falo para a minha turma: sou da construção civil, trabalho com
engenheiros todos os dias às sete e meia da manhã, sei que a responsabilidade
técnica é muito séria e tem que ser valorizada. Não tenho dúvida nenhuma, sei
que o engenheiro, principalmente, é muito organizado.
Eu queria dizer que vou defender essa
reivindicação, Presidente, mas queria conclamar os engenheiros e arquitetos da
Prefeitura, principalmente, também os geólogos e agrônomos, para todos nós
fazermos um mutirão na Cidade e agilizarmos os processos. Sei que vocês levam a
culpa pela demora, a população fica muito braba com isso; sei que, se fizermos
um grande acordo, o processo será agilizado. Ouvi alguém reclamando que falta
mobiliário, é verdade. Quando fui Secretário da SMIC, percebi que ninguém
poderia trabalhar sem ar-condicionado; trabalhavam num calorão, com os móveis
todos velhos. A primeira coisa que resolvi foi dar condições de trabalho. Acho
que podemos brigar juntos por isso, e todos nós - todos - podemos fazer o
acordo de tentar agilizar os processos que estão nas Secretarias. Eles podem
ser agilizados com o comprometimento de todos, não só dos engenheiros, mas de
todos os funcionários, dos dirigentes também. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero comunicar aos engenheiros, à imprensa que
alguns Vereadores, neste momento, se ausentaram do plenário porque estão
cumprindo uma agenda previamente marcada na Polícia Federal.
O Ver. Elias Vidal está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Presidente do Sindicato dos Engenheiros, José Luiz de Azambuja; eu
venho a esta tribuna para expressar o que penso sobre tudo que estamos ouvindo
nesta Casa Legislativa. Quero dizer que o limite de responsabilidade fiscal é
de 54%, o limite prudencial é de 51,3%. Hoje nós estamos com 45,23%, poderíamos
chegar a 47% acatando a reivindicação dos engenheiros e de todo esse grupo que
está aqui, o que não afetaria o limite prudencial. Devemos valorizar os
engenheiros e todos os técnicos que fazem parte desse time que dá qualidade de
vida à Cidade, enfim, tudo que iremos presenciar com a realização da Copa do
Mundo aqui em Porto Alegre, penso que este é um momento meio mágico, temos que
o aproveitar para fazer um grande mutirão. Quero dizer aos senhores que estão
aqui, com todo o respeito, com toda a tranquilidade, que falamos tanto em
outras cidades, que as cidades lá fora têm isso, têm aquilo, mas, se não
começarmos a valorizar os nossos profissionais que pensam tecnicamente a Cidade
- porque nós somos políticos, não somos técnicos, não sabemos fazer o que os
senhores sabem fazer, porque são doutores da área... Esperamos fazer melhor que
os senhores o que fazemos, que é a questão política. Acredito que este é tempo
para valorizarmos, este é o momento adequado. Por quê? Porque temos que fazer
um divisor de águas, temos que nos repaginar, temos que mudar o rumo das
coisas.
Ontem estávamos com
alguns Vereadores - sigo a mesma linha do Idenir Cecchim quando ele disse da
agilização -, e um dos empreendedores do Grupo Zaffari disse o seguinte: “Olha,
o IPTU do nosso terreno ali na Av. Protásio Alves é de três milhões, queremos
começar as obras, mas não conseguimos pela morosidade das obras”. Puxa! Três
milhões seriam suficientes para pagar todos os senhores e ainda sobraria muito
dinheiro. Mas há muitas obras paradas, há muitas obras que não andam pela
morosidade - acredito que não seja um problema dos senhores, mas também
acredito que passa pelas mãos dos senhores.
Eu quero dizer que
este Vereador, Elias Vidal, soma-se aos Vereadores desta Casa nessa luta,
porque ela é digna. Não podemos pensar que outras cidades são melhores que a
nossa, porque os seus profissionais são bem mais valorizados que os nossos. Há
um ponto de equilíbrio em tudo isso, e temos que trabalhar nessa linha, nesse
sentido. Então, venho aqui expressar o que penso, colocando-me à disposição;
acredito que a nossa Bancada também. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Ver. DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; meu caro Presidente José
Luiz de Azambuja, meu colega também na Emater; técnicos engenheiros,
arquitetos, geólogos, agrônomos e geógrafos de quem fui colega na Prefeitura,
quando estive no DEP, ou no Gabinete da Assessoria de Engenharia do Prefeito,
ou na Direção-Geral do DMAE: é do conhecimento público a qualidade dos técnicos
da Prefeitura e a importância, cada vez maior, que esse conjunto tem. Agora, em
época que se fala de Copa, em época que se tem o Brasil como um dos polos de
liderança internacional de desenvolvimento e mesmo para prevenir a questão das
catástrofes ambientais, dependemos, fundamentalmente, do trabalho desse corpo
técnico. Então, temos aqui, como testemunha, os melhores profissionais, que
merecem também um pouco do reconhecimento que as outras categorias já tiveram
na Prefeitura, a exemplo dos procuradores, dos fiscais fazendários, dos
contabilistas e outros, evidentemente, com a necessidade de um plano de
carreira para o conjunto dos funcionários de Porto Alegre.
É importante fazer o reconhecimento dessa justa
reivindicação, liderada aqui pelo Sindicato dos Engenheiros, que tem a
manifestação unânime, praticamente, do conjunto das Bancadas, devendo o pleito
ser levado até o Prefeito, Sr. Presidente, para que ele tome conhecimento da
opinião desta Casa, porque creio que a iniciativa - que deve ser do Prefeito -,
se vier para esta Casa, terá o nosso apoio certo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, quero parabenizar o Sr. Azambuja, Presidente do
Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, pela mobilização que está sendo
feita há alguns meses, a qual tenho acompanhado. Tem que ter paciência,
persistir, tem que ser assim! Essa mobilização está sendo muito bem feita.
Tenho certeza, Sr. Presidente, de que a Câmara está muito lisonjeada, aberta,
deseja boas-vindas e quer se somar a esse processo. Lembro-me, quando fui
Secretário Municipal do Meio Ambiente, de uma frustração muito grande: se, por
um lado, era justo o aumento da PGM e da Fazenda; por outro lado, era justo
também que os engenheiros, arquitetos, geólogos, geógrafos - que são os
responsáveis pelo habite-se, pelo Estudo de Viabilidade Urbanística, pelas
licenças ambientais, por monitorar e fiscalizar as obras, inclusive as já
realizadas na Cidade, ou seja, são pessoas que trazem segurança para a Cidade e
para o próprio empreendimento - também recebem, de acordo com o princípio de
isonomia, que é um principio constitucional, os avanços concedidos à PGM e à
Fazenda.
Portanto, não só é legítima essa mobilização como necessária para a
qualidade de vida e segurança da cidade de Porto Alegre. Então, nós queremos
aqui - estava conversando com o Líder da Bancada e Líder do Governo, Ver. João
Antonio Dib, que é engenheiro - também deixar consignado que, com certeza,
todas as Bancadas se somam a esse pleito, e não só em virtude da Copa de 2014,
porque a Cidade é muito mais do que a Copa de 2014. Volto a insistir: em
virtude da qualidade e da segurança da Cidade é que precisamos efetivar essa
garantia, a valorização funcional desses profissionais no que diz respeito ao
aumento salarial, devemos persistir na busca de melhorias nas condições de
trabalho desses profissionais. Parabéns e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero pedir ao Presidente do Sindicato que permaneça por mais cinco
minutos, a pedido do Ver. Engenheiro Comassetto.
Passamos
às
O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; prezado Azambuja,
Presidente do Senge/RS; colegas aqui presentes, engenheiros, arquitetos,
geólogos e geógrafos, quero aproveitar para fazer uma reflexão com os colegas
Vereadores e com a população de Porto Alegre. Aqui no nosso plenário, temos a
imagem da nossa Cidade, da cidade de Porto Alegre, que é uma bela Cidade. Agora
vamos imaginar esta mesma Cidade, com o seu trânsito, sem termos uma Engenharia
de Tráfego; vamos imaginar esta nossa Cidade sem um estudo, uma elaboração do
seu sistema viário, com a sua complexidade; vamos imaginar a Cidade sem ter a
inteligência e a construção do caminho das águas que faz o seu esgotamento
pluvial; vamos imaginar a Cidade sem este visual que temos dos prédios,
inclusive este aqui que nos acolhe; vamos imaginar a Cidade sem os parques e
sem a proteção do ambiente natural que é exercida; vamos imaginar esta mesma
Cidade com os nossos morros, sem a atuação dos profissionais, identificando as
áreas de risco e fazendo as contenções necessárias; vamos imaginar esta nossa
Cidade sem um sistema de proteção das cheias em relação ao lago ou ao delta do
Guaíba.
Essa reflexão serve para que nós possamos analisar,
sob o ponto de vista da justiça, a reivindicação que é feita pela categoria
profissional dos engenheiros, arquitetos, geógrafos e geólogos. Essa reflexão é
necessária para entendermos que Porto Alegre tem, na sua receita, um conjunto
de tributos, entre eles o IPTU; e a Cidade só poderá gerar o IPTU se tiver
imóveis construídos, licenciados e com habite-se.
Prezado Azambuja, no dia em que a Mesa os recebeu,
eu fiz, em nome da nossa Bancada, a seguinte fala: “Nós estamos aqui nesta Casa
recebendo um conjunto de projetos que vêm a valorizar algumas categorias”.
Agora, não se faz justiça tratando os iguais com diferença; faz-se justiça
valorizando o conjunto das categorias, cada uma com a sua capacidade, com a sua
especialidade. Todos têm acompanhado o debate que tem ocorrido na Cidade em
relação à Saúde.
Solicito tempo de Liderança de oposição, Sr.
Presidente
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Engenheiro Comassetto continua a sua
manifestação em Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: O Dr.
Raul, que é médico, está constituído um grupo de trabalho e a elaboração de um
projeto de lei dirigido a essa categoria.
Veio para esta Casa, travamos um debate, e foi
aprovado um conjunto de Projetos que valorizou, sim, os profissionais da
Fazenda, que são os que fazem a arrecadação da riqueza pública, que foi
construída por quem? Na grande maioria, no que diz respeito à urbanidade, pelo
conjunto das categorias profissionais que aqui estão. Logo depois, veio outro
Projeto para os Procuradores do Município, os advogados que fazem a defesa - ou
as defesas - do Município perante o interesse público: foi aprovado e está em
vigor. Agora, mais recentemente, no final do ano, em dezembro, vieram para esta
Casa Projetos de origem do Executivo, entre eles, para aprovação, um Projeto de
valorização ao profissional do Gabinete de Planejamento Estratégico. Aqui
estiveram alguns colegas dos senhores e das senhoras, engenheiros, arquitetos,
entre outros, que fazem parte desse Gabinete. O Gabinete de Planejamento Estratégico
é necessário, é importante, mas ele, por si só, não realiza o
conjunto da obra e a sua complexidade.
Neste momento Porto
Alegre está recebendo recursos do Governo Federal - até a Copa de 2014 está
apontado que nós receberemos de três a quatro bilhões de reais, fora o recurso
orçamentário para investimentos na Cidade -, e esses investimentos têm que
ser bem aplicados. É nosso papel fiscalizarmos essa aplicação; o papel dos
senhores e senhoras é dar qualidade à Cidade na aplicação desses recursos. O que
significa, sob o ponto de vista de gestão pública, a valorização profissional
perante três, quatro, cinco, oito bilhões que se avizinham para aplicação numa
cidade? Economicamente ou para o conjunto do recurso público não significam
nada, mas significam muito quando se trata da individualização de cada um no
sentido da valorização e da qualificação do seu trabalho.
Azambuja, eu não
quero fazer com que este seja simplesmente um debate corporativo, porque, do
meu ponto de vista, este não é um debate corporativo, é um debate de construção
e de qualificação de cidade. Quando falam aqui que os projetos e os processos
têm morosidade, podem até ter um fundo de razão, mas a responsabilidade disso
não é individual, é dos processos do sistema instalado e da condução política
da gestão pública municipal. E isso tem que vir para o debate também, porque,
se nós não qualificarmos a nossa estrutura - agora que estamos em pleno período
da revolução da comunicação e da informação, agora que estamos num momento
ímpar do País, em que não há profissionais no mercado -, vamos perder o
profissional qualificado do Poder Público Municipal; se não for valorizado, bem
pago, nós o perderemos para a iniciativa privada, que está
pagando três vezes mais do que recebem os profissionais da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre.
Portanto, venho, sim,
juntamente com o meu colega Ver. Todeschini - somos dois engenheiros agrônomos
na Bancada -, dizer que este tema merece, Ver. DJ, que esta Casa assuma uma
postura diferente, uma postura como a que assumimos com a categoria médica; que
venhamos a constituir um grupo de Vereadores para trabalhar em conjunto com as
categorias, para elaborarmos essa proposta e fazermos a discussão e a
negociação com o Executivo Municipal. A nossa fala tem uma proposta objetiva:
que a Câmara de Vereadores se envolva - falo em nome da nossa Bancada - com a
proposição de constituirmos um grupo de trabalho do Legislativo Municipal para
valorizarmos os profissionais, o que, no fundo, representa construirmos uma
Cidade como queremos - bela, inteligente e para todos. Um grande abraço e uma
boa luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni
Proença...
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. DJ, os
integrantes da CPI da Juventude estão na sede da Polícia Federal; como faço
parte da Comissão, peço licença para me deslocar para lá agora. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni
Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, Presidente Azambuja,
engenheiros, arquitetos, geógrafos e geólogos, senhoras, senhores, prometo que
serei breve. Sei que o período da Tribuna Popular já está encerrado, eu me
atrasei porque estava em outra atividade, inclusive com engenheiros, e o
trânsito estava pesado, mas não queria perder a oportunidade de me expressar,
embora todos os que me antecederam tenham o meu apoio em relação às suas falas.
Com os senhores e
senhoras que hoje nos visitam, eu queria fazer uma reflexão: há uma lógica
perversa e atravessada no setor público não só da Prefeitura Municipal, mas do
Estado e da União - eu me ative a este tema esses dias, desta tribuna, tratando
da informatização da Saúde. Eu dizia que tudo o que é feito para cobrar dever e
obrigação do cidadão tem a mais moderna, a mais atualizada tecnologia e o maior
incentivo dos Governos; tudo o que é direito do cidadão fica em segundo plano.
E quero fazer uma analogia com a reivindicação de vocês, pois, quando foi para
tratar daqueles servidores públicos que fazem a arrecadação - portanto, a
obrigação e o dever do cidadão -, também cobraram da cidadania, através do
sistema jurídico, e foi na hora encaminhado e resolvido por essa lógica, não
por outro motivo, porque isso é a lógica da cobrança do dever, da obrigação.
Não quero eximir
ninguém de cobrar, nem de ser cobrado, mas, quando se trata de entregar um
serviço de qualidade à população, isso fica em segundo plano. E não há um
Governo autor - não é este Governo, nem o que passou -, é uma lógica cultural,
e isso está errado, isso nós temos que enfrentar. O que fazem os engenheiros?
Eles cobram do cidadão através da fiscalização, mas no mais das vezes eles
entregam ao cidadão as obras que a Cidade precisa, que o Poder Público tem que
entregar ao cidadão. O que fazem os arquitetos? A mesma coisa. E os geógrafos,
os geólogos? O Ver. Beto Moesch se manifestou a esse respeito aqui. Portanto,
quando não valorizam essas categorias, não são somente os senhores que perdem;
perde a Cidade, mas perde muito mais a cidadania, porque não recebe um serviço
de qualidade. Essa é a lógica que precisamos enfrentar; está muito além, é
verdade, da equiparação salarial entre todos os servidores - o que é justo e
constitucional, como diz o meu amigo e engenheiro João Antonio Dib, Líder do
Governo. E também porque, ao enfrentarmos esse desafio e essa dificuldade,
vamos estar revertendo a lógica de que tudo que é dever e obrigação da
cidadania tem que estar atualizado, cobrado e muito bem equipado, e tudo que é
serviço e dever do Poder Público para com o cidadão pode ficar em segundo
plano. Portanto, contem com a Bancada do PPS, contem conosco na luta de vocês.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Agradecemos a
presença do Sr. José Luiz Bortoli de Azambuja, Diretor-Presidente do Sindicato
dos Engenheiros do Estado do Rio Grande do Sul.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h12min.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 15h13min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Mario Fraga
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu ontem dizia que
não era um Vereador principiante, que já tinha longo tempo na minha caminhada
como Vereador. Diz-se que o diabo “sabe mais por velho do que por diabo”, e eu,
como velho atento, às vezes sei algumas coisas, sei também que todos os dias a
gente aprende. Ontem eu aprendi mais uma coisa: não basta ter razão, não basta
ter amparo jurídico, não basta ter amparo na Lei Orgânica para que se tenha
razão; a razão se dá em razão da vontade de quem preside no momento, de quem
está no plenário e que não respeita a Lei Orgânica. Então, ontem aprendi -
sempre é uma decepção aprender do jeito que aprendi ontem - que Lei Orgânica
não significa muito nesta Casa; como aprendi agora mesmo, há pouco tempo. Eu
ouvi as críticas feitas a favores dados à Fazenda e à Procuradoria, mas não
ouvi dizerem sobre quando o PT deu à Fazenda e à Procuradoria as primeiras
vantagens, e eu, no passado, levantei para dizer que, na base do art. 34 da Lei
Orgânica, aquilo não podia ser feito. Fui uma voz isolada, porque o PT tinha o
Governo, e o PT deu vantagens. Mas hoje o discurso fica diferente, hoje já se
diz que os iguais devem ser tratados igualmente, e os desiguais, desigualmente.
Realmente, todos os dias eu aprendo; vou aprender muito mais. Sei que, no dia
31 de dezembro de 2012, eu vou embora, mas até lá ainda vou aprender muita
coisa nesta Casa.
Eu disse que era
experiente e pedia desculpas pela minha falta de modéstia, mas também disse que
dei a muitos Vereadores desta Casa, quando iniciaram suas atividades como
Vereador, exemplares deste livro: “Poder do Vereador”. (Mostra o livro.) Eu até
já havia perdido o endereço de onde eu poderia fazer sua aquisição, para
continuar fornecendo para os novos Vereadores, e, no ano passado, o Ver.
Bernardino Vendruscolo conseguiu o endereço, passou-o para mim, e eu comprei
mais volumes e distribuí mais alguns. Está bem manuseado, há uma série de coisas
que eu acho importante, inclusive o Decreto-Lei nº 201, para ver as coisas que
o Prefeito pode fazer, o que o Vereador pode fazer e o que não pode fazer. Há
um capítulo que diz: “O Poder e o Dever de Fiscalizar”. Eu não escreveria dessa
forma, eu escreveria “O Dever e o Poder de Fiscalizar”, porque o dever sempre
vem em primeiro lugar. Se todo mundo cumprisse com o seu dever, o mundo seria
maravilhoso, mas sabemos que a maioria não cumpre com o seu dever. Essa é a
grande verdade.
E fiscalizar é encontrar a verdade, e a verdade
necessariamente tem que ser transmitida. Não é ir à tribuna - porque aqui há um
grupo de pessoas, uma plateia bastante grande -, falar de um jeito e, quando a
plateia sai, falar de outro jeito. Fiscalizar é também mostrar para aqueles que
representamos a verdade, é orientá-los, é fazer com que eles tomem conhecimento
do que está acontecendo. Isso é o que precisamos fazer, e é isso que eu
pretendo fazer até 31 de dezembro de 2012, como fiz até hoje. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Ver. DJ Cassiá, no exercício da Presidência da Casa; gostaria
rapidamente, até porque o tempo é exíguo, de apresentar o entendimento que
estamos sustentando no que diz com a decisão da Presidente da Casa acerca da
denominada chamada CPI da Saúde. Fiz recurso contra a decisão da Presidente,
dado que a observância regimental é o que assegura a eficácia da decisão da
Casa. Isso vale, isso é um princípio sem o qual não se constitui, de forma
verdadeira e legítima, a vida em relação. Não se trata de discutir, nesse
recurso, a questão que vem sendo debatida há algum tempo, se é válido ou não o
voto proferido pela Suplente de Vereador, no caso a Verª Neuza Canabarro - não
está em discussão, neste momento, essa questão. O que está em discussão é
exatamente a Presidente da Casa ter em mãos o processo sem os elementos indicados
literalmente no Regimento.
O Regimento estabelece a ritualidade, e isso não
foi observado. Acresce dizer que, também, pela Procuradoria, foi recomendado -
o que era dispensável, mas foi recomendado - que a Comissão de Constituição e
Justiça avaliasse a matéria. Por outro lado, o Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça encaminhou à Presidente o processo, referindo-se ao
Parecer ali colocado da Verª Maria Celeste. Formalmente, pode-se entender que
não é um Parecer, mas é, sim, um Parecer. O art. 36 - aqui é que nós temos que
nos ater - do Regimento é extremamente claro quando diz: “Compete à Comissão de
Constituição e Justiça: I - examinar e emitir parecer sobre: a) aspecto
constitucional, legal e regimental das proposições”. Então, o Requerimento
pedindo a CPI é uma proposição? A espécie do gênero proposição teria que ser
submetida à deliberação, à manifestação, ao juízo coletivo, à decisão da CCJ, o
que não foi feito. E, se não foi feito, o ato produzido, a decisão, o despacho
da Srª Presidente fere o princípio regimental e, como tal, tem que ser
emendado, e a emenda se faz exatamente para que se reconstitua o princípio do
estado de direito na questão regimental. Está negado o estado de direito na
questão regimental, porque não foi observado.
É bom que se frise, que se diga que as Comissões
Parlamentares de Inquérito - que são um instrumento das minorias, tem que ser
defendido - não dispensam a legalidade. A legalidade é como a sombra, ela
acompanha o corpo, ela acompanha o objeto, a decisão, sempre; quando se
desgarra dessa linha, está-se produzindo ato inválido. Portanto, fica aqui a
nossa manifestação para dizer que se faz imprescindível que se restaure o
princípio da legalidade...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luciano Marcântonio está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Boa-tarde, Ver. Toni Proença, demais colegas Vereadores, demais cidadãos
e cidadãs aqui no plenário. Realmente, Vacaria tem uma história bonita em lutas
sociais pela democracia, pela República, por Porto Alegre, pelo Rio Grande do
Sul. Então, honra-me muito ser conterrâneo do Ver. Dib, meu exemplo aqui na
Câmara e exemplo de muitos, pela sua dedicação em favor do povo de Porto Alegre
e - por que também não estender? - ao povo todo do Rio Grande do Sul.
Nestes cinco minutos que tenho, vou colocar alguns
pontos que são importantes. Primeiro, o consenso da Bancada do PDT de que a
assinatura da Verª Neuza Canabarro, por ela não estar em exercício no momento
do protocolo, não tem legitimidade. Isso é algo que, regimentalmente, se coloca
e se afirma acima de quaisquer vontades partidárias, pessoais e outros
interesses. O Regimento não permite que a assinatura da Verª Neuza Canabarro,
no momento do protocolo, por ela não estar em exercício, seja legitimada,
indiferente do nosso respeito à sua história, ao seu trabalho a favor da
Educação e a favor do Partido.
Outra questão é a da Fundação. A Fundação foi extremamente
debatida com todos os setores da área médica, com todos os setores dos
movimentos sociais, e a conclusão do Governo - não só do Governo de Porto
Alegre, mas do Governo de vários Municípios da Região Metropolitana e do Brasil
- é de que a Fundação é a única alternativa viável para nós darmos um
atendimento de qualidade às comunidades de baixa renda. Ela é pública, ela vai
ter o controle social, ela vai ser administrada, e o seu exercício vai ser
efetivado através de concurso público, regime celetista, assim como foi na
antiga FEBEM, e não há nada sério que se contraponha ao Projeto da Fundação, a
não ser interesses corporativistas. O próprio Simers protocolou documento dizendo que é contra o ponto eletrônico. Não
dá para o Prefeito compactuar com isso. Nós sermos contra, meu excelentíssimo e
digníssimo Ver. Toni Proença, o ponto eletrônico para médico...! Ponto
eletrônico tem que ser para todo o servidor da Prefeitura de Porto Alegre, e é
isso que o Prefeito Fortunati vai fazer, vai impor em respeito à população de
Porto Alegre, que paga os seus tributos. Os salários desses servidores são
oriundos desses tributos pagos pelo povo de Porto Alegre, o cidadão de Porto
Alegre quer que quem receba o seu salário cumpra horário. Todos vão cumprir
horário, não só o médico, mas esse é um compromisso do nosso Prefeito Fortunati
para atender as pessoas, na área da Saúde, com qualidade, com respeito. E a
informatização da área da Saúde vai clarear, vai tornar transparente, vai fazer
com que qualquer cidadão de Porto Alegre saiba por que e em que dia a cirurgia
dele vai acontecer e onde e quando. Vamos tornar transparente, vamos
democratizar o atendimento à saúde do cidadão, aquele mais humilde, aquele que
não tem padrinho, aquele que não tem interesse partidário ou político por trás.
O Fortunati, com a sua história, que é uma
referência ética para toda a Porto Alegre, que é uma referência ética para o
Estado, que é uma referência ética para o Brasil, está tendo a coragem de
enfrentar todos os corporativismos, todos os preconceitos para fazer com que a
Saúde de Porto Alegre, com que a política pública em relação à Saúde de Porto
Alegre chegue àqueles mais necessitados, sem medo. Parabéns, Prefeito, conta
com a sua base aliada, porque ela está do seu lado! Porque, acima de tudo, o
serviço ao cidadão da comunidade de baixa renda de Porto Alegre está em jogo.
Do seu lado está quem está pelo cidadão...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há poucos minutos eu disse que todos os
dias a gente aprende alguma coisa, mas há coisas que eu não quero aprender. Por
exemplo, no dia de ontem, quando se deveria tratar com mais seriedade o assunto
relativo ao Instituto Municipal de Estratégia da Família, quando se deveria
tratar sobre o Veto que deveria ser votado, quando a Reunião Conjunta das
Comissões tratou do Parecer Final para o Veto, eu ouvi pronunciamento de toda
sorte; até sobre o Parecer houve pronunciamento. Repito: até sobre o Parecer
houve pronunciamento. Depois, quando do Veto à Emenda da Verª Sofia Cavedon,
até sobre a Emenda houve pronunciamento. Discutiram tarifa, uma série de outras
coisas, menos aquilo que realmente interessava, que era a matéria vetada por S.
Exª o Sr. Prefeito Municipal. Por outro lado, aproveitaram, e muito, e
repetidamente, para agredir o Governo Municipal por causa da empresa Reação, por
causa do Instituto Sollus, por causa da CPI, assuntos que não estavam em pauta,
mas que foram tratados da tribuna. E, quando eu soube - a Presidente me
comunicou - que a solicitação da instalação da CPI da Saúde estava aceita, eu
disse a ela, com toda clareza, que caberia recurso ao Plenário da decisão que
ela havia tomado, mas que, não havendo Parecer da Comissão de Constituição e
Justiça, eu não achava correto o posicionamento da Presidente. Mas ela resolveu
levá-lo adiante, é um direito dela, eu não posso obstaculizar o que ela quer
fazer, no entanto cabe recurso.
Agora, há algumas coisas que eu não aprendi e não
quero aprender, simplesmente por não entender. No dia 23 de dezembro, atendendo
determinação do então Presidente Tessaro, foi à Comissão de Constituição e
Justiça o questionamento sobre a validade ou não da assinatura da Vereadora,
por alguns dias, Neuza Canabarro; uma pessoa de quem eu gosto muito, com quem
me dou muito bem. Mas havia o questionamento. A solicitação do Presidente
Tessaro foi entregue pelo Presidente da Comissão, o Ver. Pedro Ruas, ao Relator
para parecer. Se o Relator deu o parecer - isso foi no dia 23 de dezembro -, no
dia 31 de dezembro não tinha mais Câmara. Então, no dia 30 de dezembro, sem que
houvesse sido analisado pelo conjunto dos Vereadores da Comissão de Justiça, o
Presidente da Comissão entendeu dar a sua posição dizendo que era para aceitar.
Ora, não houve parecer da Comissão de Justiça. O que cabia? Mandar à Comissão
de Justiça para que ela se pronunciasse. Seria tudo muito mais simples, e nós
não teríamos agressões desnecessárias ao Governo.
A empresa Reação foi contratada pelo Partido dos
Trabalhadores sem licitação; foi emergência. Renovou o contrato. Depois, na
licitação, ganhou na Administração Fogaça. Com o Instituto Sollus, realmente,
houve problema, tanto que foi detectado pela Prefeitura, e foi instalada a
Comissão de Sindicância. Levantados todos os problemas, a Prefeitura ingressou
na Justiça. E mais: fez o levantamento completo, e a diferença era de cinco
milhões, oitocentos de vinte e quatro mil reais, que, depois de todos os
trâmites, foi lançada na dívida ativa. Então, há uma preocupação do Executivo
em resolver. Agora, reiteradas vezes na tribuna, nós ouvimos, e as mesmas
inverdades são ditas como se verdades fossem. Mudam os valores, mudam as
relações, e nada acontece. Mas acredito que amanhã há de ser melhor que hoje,
porque vamos aprender algo mais. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, uma questão, se V. Exª puder me
informar. Eu tive notícia de que o ex-Secretário da Juventude, Sr. Rambo, foi
nomeado Coordenador do ProJovem Nacional. Vossa Excelência tem essa informação
para me dar?
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Li alguma coisa nos jornais. Vou providenciar a
informação.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Agradeço a Vossa Excelência.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e
Vereadoras, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, é muito antigo
este ditado: “Quem não deve não teme”. Nós, do mundo da política, percebemos -
e aprendemos com os mais antigos, os mais experientes, os mais éticos - que, de
fato, quem não deve não teme. Quanto mais se esclarece, melhor fica para
buscar, junto à opinião pública, a credibilidade de quem está no Poder. Há
necessidade de se fazer a CPI da Saúde, inclusive já era fundamental logo que
saiu o Instituto Sollus. Agora, por trâmites regimentais um pouco confusos e
por usarem de certas manobras regimentais, eu diria, se tenta dizer que não é
legítima a presença de uma Vereadora neste plenário, sendo que ela registrou
presença, votou, assinou a CPI. Agora não é válido...! É um absurdo isso! Em
Governos anteriores, e os Vereadores de oposição de antes são hoje da base do
Governo, fazia-se diferente, legitimava-se isso, e muitas CPIs aconteceram.
Por que temer tanto, Ver. João Antonio Dib? Espero
que V. Exª, que anunciou que este será o seu último mandato, continue, faça
mais um mandato, pois assim fará coincidir o “11” do PP com os seus 11 mandatos
na Câmara. Será uma bela saída: em vez de dez mandatos, onze mandatos, o mesmo
número do seu Partido, o que irá contribuir muito com o debate, com o
contraditório nesta Câmara, até porque, no próximo mandato, nós queremos voltar
à Prefeitura de Porto Alegre, numa grande aliança, como fez o companheiro Tarso
Genro no Governo do Estado.
Por essa e muitas razões, eu queria voltar ao
assunto da Saúde e dizer ao meu colega Ver. Marcantônio que a Saúde vai muito
mal em Porto Alegre. Vai muito mal! Muitas iniciativas boas foram tomadas? Sim,
não podemos negar isso, de alguns meses para cá, com o Secretário Casartelli,
mas elas ainda não foram implementadas. É preciso haver concurso público, Ver.
Todeschini; é preciso criar motivação para que os trabalhadores continuem na
Saúde, para que não saiam da área da Saúde ou até da profissão da Saúde, porque
os salários não são motivadores. Por isso muitos trabalhadores hoje, ao se
formarem em uma profissão mais adequada para a vida deles, acabam saindo da
profissão. Para motivar esses trabalhadores, temos que, por exemplo, fazer com
que todos tenham o mesmo tratamento, coisa que não acontece. Houve aqui a
manifestação clara e precisa dos engenheiros, arquitetos, geólogos, que vieram
aqui protestar contra a diferenciação que o Município faz no tratamento com os
servidores municipais.
É fundamental que o plano de cargos e salários seja
para todos, e não para alguns que tenham maior influência. Que seja para todas
as Secretarias, não só para as que aqui estiveram, também para os trabalhadores
da Saúde. Ao não se verificar a importância disso, a motivação daquele que fica
ali no guichê ou do engenheiro que vai verificar uma obra para poder liberar,
para poder acompanhar a fiscalização e para fazer os serviços essenciais da
Prefeitura fica aquém daquela que ele deveria receber; infelizmente, o Poder
Público e o Executivo não os valorizam como deveriam.
Nesse sentido devemos nos preocupar, sim, com a
transparência. E quem não deve não teme. Tenho certeza de que não só a Bancada
do PT, mas também a Bancada do PSDB, do PSOL e tantas outras, como foi o caso
do PDT, da Neuza e da Juliana, que assinaram a CPI, querem um esclarecimento,
querem que esse recurso volte aos cofres públicos, para ajudar a concretizar
mais serviços para o bem da população. Tenho certeza absoluta de que o
inquérito feito pela Polícia Federal não foi mentiroso, foram mais de nove
milhões desviados, e penso há mais, não são apenas quatro milhões, como diz o
Ver. João Antonio Dib, há muito mais. Por isso a importância da CPI. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhores e senhoras, Ver. Oliboni, dizer que a Saúde não está
melhorando é algo que me deixa muito incomodado. Existe a boa oposição, e
existe a oposição que torce para que tudo fique pior, é uma oposição que
justifica, muitas vezes, as atitudes da base aliada, que deixa de confiar num
acordo, deixa de confiar em algumas tratativas feitas. O senhor
está enxergando, está percebendo que a Saúde está avançando, mas insiste em
bater na Secretaria da Saúde e, aí, diz, claro, que está melhorando um
pouquinho. Está melhorando muito! As ações apresentadas agora pelo Prefeito
Fortunati vão gerar um avanço enorme dentro da Saúde, a Fundação vai gerar uma
evolução na Saúde. O difícil, Ver. Oliboni, é aceitar que este Governo está se
dedicando agora à Saúde, Dr. Raul. Todas as declarações deste Governo agora são
voltadas para a melhoria da Saúde. É um avanço! E o Ver. Oliboni vem na contramão
de tudo o que está acontecendo, com dados antigos, com informações antigas,
equivocadas, tentando convencer a população e os Vereadores de que a Saúde não
está melhorando.
Com relação a essas
ações todas que estão sendo preparadas por este Governo, Ver. Oliboni, talvez o
senhor esteja preocupado, porque elas já estão credenciando o Fortunati para a
próxima eleição. Quem é que vai derrubar um homem como esse, com todas as ações
que estão previstas, Ver. Adeli Sell? Quem é que vai derrubar esse homem, se ele
vai cuidar da Saúde, apresentando essas ações agora? Com isso tudo, sendo
colocado em prática, ninguém segura o Prefeito, só Deus segura esse homem. É
algo que começa a assustar, tem que acontecer.
Assim como tem que
acontecer nesta Casa, Ver. Elói Guimarães, uma oposição séria, uma oposição que
reconheça as qualidades e que faça oposição no sentido de ajudar a construção
de uma Porto Alegre melhor. Se não é para ajudar, se não é uma oposição que
construa algo melhor para a população, não faz sentido. Oposição simplesmente
por ser oposição não tem sentido algum. A oposição tem que ser séria a ponto de
ajudar este Governo com as suas críticas, sim, Ver. Mauro Pinheiro, o senhor é
Líder do PT, é um homem equilibrado, não poderia haver Liderança melhor do que
a sua para o PT. Oposição é aquela que critica o Governo com objetivo de
auxiliar para que melhore, é uma crítica construtiva; se não for assim, não
vale a pena ir às vilas e dizer: “Elege-me que eu quero te representar”. Vou
representar a população, sim, Ver. Idenir
Cecchim, se eu estiver na oposição, mas com críticas para construir uma cidade
melhor. Bater para tentar atingir, simplesmente por atingir, não faz sentido
algum. Diriam alguns que isso é coisa de caduco. Diriam alguns, mas eu não vou
dizer isso porque eu não acho legal. Algumas pessoas, com certeza, diriam que
isto é coisa de caduco: ficar criticando, criticando, vendo que as coisas estão
melhorando, mas ao mesmo tempo dedicar-se a criticar, criticar, criticar.
Parabéns ao Prefeito
Fortunati, parabéns ao Secretário Casartelli. Essas ações que estão sendo
criadas para a Saúde em Porto Alegre, com certeza, estão credenciando o
Prefeito José Fortunati para a próxima eleição, para sair como vencedor, Ver.
Nelcir Tessaro. Ele está se credenciando para sair vencedor, com certeza. Porto
Alegre vai ganhar, Ver. Aldacir José Oliboni, com essas ações. A Câmara ganha,
porque a população, estando satisfeita com o Governo, estará satisfeita com o
Legislativo também. Está acontecendo, e vai acontecer, pode ter certeza...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; foram bem as Lideranças do PDT e do PTB. Gostei. Gostei de ver
que o Ver. Nilo Santos, Líder do PTB, e o Ver. Luciano Marcantônio colocaram,
cabalmente, as suas posições, num bom debate. Nós precisamos do bom debate, mas
quero dizer, Ver. Nilo Santos, que eu torço por Porto Alegre, que eu torço
muito por Porto Alegre! Eu, por exemplo, bebo água do DMAE, gosto do carnaval
de Porto Alegre, porque muitos, no carnaval, somem daqui, vão ao carnaval do
Rio Janeiro, vão à Bahia, vão à Prainha, em Florianópolis, etc. Não! É boa a
praia do Lami, é boa a água do DMAE. Porto Alegre tem coisas muito importantes,
Vereador! Precisamos aprimorar a Semana Farroupilha. Aqui
temos vários eventos; agora temos a Semana de Porto Alegre, inclusive no Parque
Maurício Sirotsky. Nós precisamos, sim, ter ousadia.
Digo mais, se hoje
nós temos problemas no trânsito de Porto Alegre, se temos gargalos no trânsito
de Porto Alegre, Ver. Mauro Pinheiro, meu Líder, foi porque faltou ousadia aos
governantes do passado. Eu disse isso hoje em uma rádio, na presença do Ver.
Elói Guimarães. Fiz, com isso, mea-culpa, porque, durante 16 anos, o meu
Partido esteve no Governo, fez coisas importantes no trânsito, mas não teve a
ousadia, por exemplo, de fazer os cortes na Av. Independência, para fazer
passagens de nível, não fez a obra que tinha que ter sido feita na Rua Ramiro
com a Av. Osvaldo Aranha; faltou ousadia para nós. O governante e o legislador
que mostram, que entendem e que conseguem ler o passado têm condições de propor
coisas para o futuro. Quem não tem capacidade de ler o passado e de ler o
presente é incapaz de escrever o futuro; isso é o mínimo que se pode dizer.
Por isso, na situação
ou na oposição, temos que saber o que está bem e o que está mal. Por exemplo,
está péssima a coleta de lixo em Porto Alegre. Ver. Brasinha, não adianta pegar
o seu caminhão, não adianta fazer barulho, que não vai convencer ninguém, por
quê? Há coisas boas em Porto Alegre, mas a coleta de lixo está péssima no
Centro, na periferia, em qualquer lugar!
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, com todo respeito que tenho
por Vossa Excelência - gosto muito do senhor -, quero dizer que, claro, há
alguns problemas, há alguns gargalos na Cidade, mas o senhor tem que andar
mais. Há local em que está sendo exigido o trabalho, e ele está sendo perfeito.
Quero dar meus parabéns ao Diretor do DMLU.
O SR. ADELI SELL: Ver. Brasinha, quero
ajudar a melhorar a coleta seletiva do lixo em Porto Alegre fazendo campanhas
educativas. Já coloquei, em todos os meus boletins de vila, que tem que haver
uma parte sobre educação ambiental, para que se faça a separação do lixo, para
que as pessoas não coloquem o lixo na rua, espalhado pelos quatro cantos.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, obrigado pelo aparte. Quero dizer
que, muitas vezes, tenho visto os Vereadores, nesta tribuna, falarem que é um
problema também de educação das pessoas. Até pode haver problema de educação, mas a Prefeitura tem também um problema de gestão em relação ao lixo,
ela deveria adotar um sistema em que as pessoas tivessem pelo menos um dia no
mês, na região, para colocar o bota-fora. É impossível não ter um dia de
recolhimento.
O SR. ADELI SELL: Casualmente, eu estou
fazendo uma proposta de reformulação absoluta do nosso Código de Limpeza
Urbana. Por sinal, é um bom Código. Ontem eu trabalhei em cima do Código
Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre; é um Código bastante avançado, mas
tem problemas graves; as multas são ridículas, meu Presidente DJ Cassiá. São
ridículas! São multas para as quais o cidadão não vai dar a mínima. Eu estou
mudando radicalmente as multas e estou fazendo pequenas mudanças no Código de
Limpeza Urbana. Tenho certeza absoluta, Ver. Brasinha, de que isso ajudará
enormemente na limpeza de Porto Alegre. Mas posso lhe garantir: não está bem a
limpeza em Porto Alegre, tem que melhorar. Eu estou aqui para colaborar e eu
colaboro permanentemente, pois não me calo, eu falo e falarei...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Dr.
Raul Torelly está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; colegas Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem, eu vou me
arriscar a abordar, por um minuto, um assunto sobre o qual até agora não me
manifestei, que é em relação às assinaturas de CPIs. É claro que eu não tenho o
brilhantismo do nosso colega Ver. Elói Guimarães, que me precedeu com esse
assunto. Para mim, existe uma situação bem clara: nós temos Regimento na Casa,
e ele deve ser seguido. Quando se estabelece a relação de um Requerimento ou de
um Projeto aqui na Casa? Quando ele é protocolado. A Verª Neuza não se
encontrava como Vereadora, não era Vereadora no momento em que o Requerimento,
que não existia até então, foi protocolado. Senão, eu sugiro, por exemplo, ao
nobre colega Ver. Pujol e ao Ver. Ferronato - de Bancadas que têm apenas um
Vereador -, que, se resolverem fazer uma CPI, alterem os seus Suplentes aqui na
Casa, façam uma alternância e consigam as 12 assinaturas para a CPI. É assim
que funciona a Casa Legislativa? É óbvio que não!
A Casa tem que ser presidida de uma maneira
tranquila e não tendenciosa; temos que ter muito cuidado quando estamos na
presidência. Eu acredito que isso, regimentalmente, é claríssimo. Respeito o
direito das minorias, acho que toda a minoria, desde que regimentalmente
consiga estabelecê-la, tem direito de propor a sua CPI, independente de CPI, do
que quer que seja. Agora, não podemos patrolar, por questões ideológicas ou
partidárias, o Regimento da Casa.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência tem
toda razão: quem comanda, quem preside é aquele que mais deve servir. E a
autoridade de Presidente, de próprio Vereador é de quem os coloca lá. Então, a
autoridade maior é a população, e o poder emana dos seus colegas, que o elegem
para a presidência. Meus parabéns pelas suas colocações.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Concordo com V. Exª e, já passando a outro assunto, eu queria deixar
uma mensagem para o Sindicato Médico, o Simers. Eu faço parte do Conselho de
Representantes. Gostaria muito que a minha foto como Relator-Geral do Processo
do Instituto de Saúde da Família, da Fundação Pública de Direito Privado,
aparecesse em todos os jornais ou em outdoors
pela Cidade. Não tenho medo! Acho o contrário, que estou prestando um excelente
serviço para a população que mais precisa em Porto Alegre do atendimento. E não
é colocando este tipo de coisa nos meios de comunicação - como eu ouvi hoje
pela manhã, como se fosse uma ameaça colocar o nome dos Vereadores, as suas
fotos em algum lugar - que vai trazer alguma influência positiva sobre esse
Processo. Gostaria que, inclusive, fosse colocado lá o meu nome, a minha foto,
escrito bem lá embaixo: “Relator-Geral”. A função de Relator-Geral muito me
honra, porque eu acho que essa Fundação vai trazer para Porto Alegre um bom
salário para os médicos, vai resultar num plano de carreira. O que vai
acontecer? A Saúde Pública da Cidade vai melhorar muito com a Fundação, porque
vai agilizar o processo dentro de uma Fundação Pública, fiscalizada por todos.
Quero ainda deixar
uma mensagem em relação a uma possível epidemia de dengue no Brasil. Pessoal,
vamos nos cuidar! Nós temos vetores do mosquito da dengue em mais de 15 bairros
de Porto Alegre; o clima está propício para a procriação do mosquito. Nós, que
tivemos a gripe H1N1, que perdemos amigos, colegas naquela epidemia, sabemos
que cada um tem como controlar o seu meio para evitar que isso aconteça.
Obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Sras Vereadores e Srs. Vereadores, eu não tinha a intenção de me manifestar
no dia de hoje, mas o pronunciamento do Ver. Dr. Raul, por quem tenho apreço e
consideração, não me permite calar neste momento. O Vereador, numa linha de
raciocínio que nem combina com a elegância habitual das suas palavras
inteligentes, fez uma comparação que é ofensiva: sugeriu a Bancadas de um
Vereador que fiquem chamando os Suplentes para fazer CPI. Ora, por favor, vamos
nos respeitar! Vossa Excelência não leu, com certeza, o Parecer da Procuradoria
da Casa, onde diz claramente que, numa Bancada em que houvesse posição dos
Vereadores, como no caso do PT, que tem sete Vereadores, ou do PSOL, que tem
dois, a assinatura do Suplente não valeria. Por óbvio, não valeria, Dr. Raul,
não valeria! Porque a Bancada já assinou, ele assinaria no lugar de quem?
(Manifestação de
Vereador.)
O SR. PEDRO RUAS: Mas o Vereador que
ele substituiu já assinou, Vereador! Só valeu a do PDT, porque ninguém tinha
assinado. O Ver. Tarciso Flecha Negra, que foi o substituído, não havia
assinado. Como Vossa Excelência não leu o Parecer, com certeza, senão não diria
isso, não tem direito de vir aqui debochar de um pedido sério! Aliás, V. Exª
diz o seguinte: “Uma Fundação que todos possam fiscalizar”. Fiscalizar?! Não
quiseram fiscalizar o Instituto Sollus! Se a Fundação errar, vai ter CPI aqui?
Não vai ter, Vereador! Vossa Excelência será contrário, como foi contrário à
CPI da Saúde! Se quiserem fiscalizar, se quiserem saber onde está o dinheiro do
Sollus, assinem o pedido de CPI. Agora, não venham
dizer, depois, que vão fiscalizar a Fundação. Não vão fiscalizar a Fundação,
Ver. Brasinha! Nós sabemos! Mas V. Exª é respeitoso, não vem aqui dizer o
contrário. Quando vêm aqui dizer o contrário, temos que responder. Vão
fiscalizar a Fundação?! Não vão fiscalizar a Fundação! Se essa Fundação for uma
sucessão de escândalos, tanto faz; não haverá fiscalização da Câmara de
Vereadores. Não haverá! E nós sabemos disso!
E ainda vem o Ver.
Dr. Raul ironizar um pedido sério. Estamos lutando há um ano e dois meses para
colher as assinaturas. O Vereador tem todo o direito de ser contra a CPI. Eu
não questiono ninguém que seja contra. Respeito isso, todo mundo sabe. Agora,
não venha debochar do nosso trabalho, porque aí terá resposta sempre,
permanentemente. Ver. DJ, o direito de um Vereador, de uma Vereadora, de uma
Bancada ser contra CPI - o que eu respeito - corresponde ao nosso direito, Ver.
Elói, Presidente da CCJ, de ser a favor. Eu nunca vim aqui dizer que V. Exª
estava errado assim ou assado! Nem o Ver. Tessaro, nem o Ver. Brasinha, nem o
Ver. Sebastião Melo. Pelo contrário! No último dia, ainda elogiei o
pronunciamento do Ver. Sebastião Melo. São direitos, mas não debochem do nosso
trabalho! O nosso trabalho é sério, tanto quanto o de qualquer um.
E mais: nós nos
orgulhamos de buscar essa verificação, essa responsabilização. Mais do que
isso: o ressarcimento do Erário! É isto que eu quero que os Vereadores tenham
bem claro: o ressarcimento do Erário! Vou dar um dado para reflexão. Ontem, o
Ver. Dib informou, com a clareza e a seriedade habituais, que há uma ação da
Procuradoria-Geral do Município. E eu me dei ao trabalho - já sabia que era
verdade, o Vereador só diz a verdade - de verificar os dados, agora já tenho os
dados. A ação da Procuradoria-Geral do Município, uma ação correta, Ver.
Oliboni, cobra cinco milhões e quatrocentos mil reais do Instituto Sollus. Mas
o rombo, Ver. Tessaro, denunciado pelo Ministério Público Federal e pela
Polícia Federal, é de nove milhões e seiscentos mil reais. Então, por que a
Procuradoria-Geral do Município cobra cinco milhões e quatrocentos? Por que
essa diferença? Vou aguardar a explicação de Vossa Excelência. Quero saber por
que essa diferença.
O Ver. Dib tem razão,
há uma ação; foi inscrita em dívida ativa, e há uma ação de cobrança, é
verdade! Mas a denúncia é de nove milhões e seiscentos mil, e eu não sei, eu
não pude investigar, eu não pude ver os documentos. Só a CPI teria acesso aos
autos, e nós estamos abrindo mão de olhar esse processo. Tudo bem! A Casa
decidiu assim; agora, eu quero saber por que a diferença. Uma vez o Ver. Luiz
Braz trouxe esses dados aqui, mas, quando viria o Instituto Sollus, por algum
motivo, a Sessão não ocorreu. Então, nós não
tivemos a informação precisa. Eu aguardo essa informação, entre outras.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. DJ Cassiá; colegas Vereadores e Vereadoras, público que
acompanha a nossa Sessão, hoje, 10 de fevereiro de 2011, o Partido dos
Trabalhadores faz 31 anos de vida! É um Partido jovem e já chegou à Presidência
da República. Vejam só! Quem não se considera jovem com 31 anos? Vejam como é
importante ter iniciativa, como teve o PSOL, um Partido novo, como tem o Pátria
Livre, que está em formação. São Partidos que, num futuro breve, poderão ser
poder. Para fazer o quê? Para transformar a vida do povo brasileiro. E eu
acredito que o nosso companheiro Lula fez isso. O companheiro Lula, naqueles
movimentos de greve no ABC paulista, percebeu que era preciso se organizar,
criar um mecanismo para dar possibilidades ao povo, num modelo um pouco
diferente, socialista ou não, democrático ou não; nesse aspecto, eu diria muito
democrático. Fez com que o próprio PT, inclusive, fosse criado de uma forma um
pouco diferente, internamente criando as suas divergências, por isso as suas
tendências, suas correntes, e possibilitando, hoje, um espaço consagrado para o
povo brasileiro, governo ou não - assembleias legislativas, câmaras,
prefeituras -, fazer as coisas acontecerem. Eu acredito que esse grande
Presidente, diríamos até um estadista, tinha razão, tem razão e ficou na
história do nosso País.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar V. Exª e apenas
registrar o que hoje, num debate, nós tivemos a oportunidade de afirmar. Se
examinarmos a história geográfica dos Partidos políticos no mundo, veremos que
nenhum Partido atingiu tão rápido o poder maior do seu País do que o Partido
dos Trabalhadores. O Partido dos Trabalhadores foi o Partido que, em menor
tempo, atingiu o poder com maior extensão. É o registro que quero fazer a Vossa
Excelência.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado, Ver. Elói. Com certeza, isso é real, é verídico.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte.
Quero ser bem breve para não atrapalhar a sua manifestação. Em nome da Bancada
do PPS, quero cumprimentar os companheiros da Bancada do PT da Câmara de
Vereadores e todos os militantes do PT, em Porto Alegre e no Brasil todo, pelos
31 anos desse Partido, que mudou a política do Brasil.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado,Ver. Toni Proença.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido Ver.
Oliboni, claro que o nosso querido ex-Presidente, o Lula, é muito importante,
mas também houve um trabalho, iniciado em 1982, pelo nosso querido Prefeito da
Cidade, Olívio Dutra, que também foi Governador, ele enfrentou as urnas, e aí
começou aquele trabalho belíssimo. Eu tenho uma admiração profunda pelo nosso
querido amigo Olívio Dutra.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Com certeza um dos fundadores do Partido.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Oliboni. Quero cumprimentá-lo também. Eu, no início da política, estive no PT
por dois anos, trabalhei, fui militante. Hoje o meu Partido é o PDT, mas quero
cumprimentar o PT pelo belíssimo trabalho que fez pelo nosso País. Cumprimento
todos vocês em nome da Bancada do PDT.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado, Tarciso, por tu teres contribuído com essa história.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Oliboni, eu me sinto muito à vontade em cumprimentar V. Exª pelo
transcurso do aniversário do seu Partido, por uma circunstância pública e
notória: pertenço a uma agremiação política cujo antagonismo com o PT tem sido
a marca registrada de ambos os lados. O que não impediu, em alguns lugares do
Brasil - e a mais recente informação vem do Estado do Mato Grosso do Sul -, que
o meu Partido, o Democratas, elegesse o Prefeito em uma eleição suplementar
realizada com apoio oficial, claro e exposto do Partido dos Trabalhadores. Como
não sou adepto do antagonismo a qualquer preço, eu me sinto à vontade para
fazer os cumprimentos e pedir que os transfira aos dirigentes do seu Partido no
Município, no Estado e na União, na convicção de que, no debate democrático,
positivo, efetivo, na contraposição das ideias de nós, liberais, o PT ora
socialista ou social-democrata, é que há de se construir o caminho que esta
Nação tem que percorrer. De qualquer sorte, receba o meu respeito, o meu abraço
e os meus cumprimentos.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Reginaldo Pujol. Agradeço as palavras.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, não
podia também deixar de, em nome do meu Partido, cumprimentar o PT pelos seus 31
anos e reconhecer que o PT, realmente, na sua trajetória, acabou dando uma
guinada, mas uma guinada sábia para poder se adaptar aos tempos; o episódio do
“Mensalão” e outros episódios fizeram com que o PT repensasse a sua trajetória
e pudesse, com maior sabedoria, reconhecer aquilo que acontece hoje dentro da
nossa sociedade. Mas, com toda a certeza, 31 anos de um Partido político merece
os nossos cumprimentos.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Luiz Braz.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Oliboni. Eu, que tenho sido tão solidário com a sua Bancada aqui na Câmara, não
podia deixar de cumprimentá-lo pelos 31 anos do PT também. Certamente eu nunca
ajudei na formação do PT, mas tenho, nos últimos tempo, me sentido, assim,
solidário e quero dizer que vou festejar esta data também.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado, Cecchim. Com certeza esta história se constrói na
adversidade também. É através da adversidade, como o Ver. Braz falou aqui - já
lhe dou o aparte, Ver. Ruas... Se existe algo que o PT herdou foi por que
alguma coisa já acontecia. Então, é importante reconhecer o erro, fazer a lição
de casa e fazer com que o Brasil ande para frente.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, da mesma
forma, registrar, respeitosamente, os nossos cumprimentos, em meu nome e em
nome da Verª Fernanda Melchionna, da nossa Bancada, por esses 31 anos e pedir
que V. Exª, Ver. Oliboni, transmita à Direção Municipal e Estadual do seu
Partido a nossa posição. Parabéns!
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Muito obrigado, Pedro Ruas.
Com certeza, hoje à noite, na grande festa que o PT
vai fazer em nível estadual, aqui na grande Churrascaria 35, na Av. Ipiranga,
estaremos recebendo os companheiros e as companheiras, Ver. Adeli Sell - nosso
Presidente do PT aqui presente. Nós estaremos todos lá comemorando e fazendo
uma avaliação - por que não? -, a avaliação é diária, ela é permanente, para
que nós, militantes, do quadro ou parlamentares, possamos construir um Brasil
melhor. Temos a certeza de que o Lula começou, e não foi por acaso que saiu do
Governo Federal depois de reeleito, após oito anos, com 83% de aceitação.
Agora, vem a Dilma, a grande Presidente mulher deste País, fazer as mudanças de
que o Brasil mais precisa, que são a reforma política, a reforma tributária, a
reforma previdenciária e tantas coisas. O clima está bom, é um Governo de
coalizão, e não podemos nós, inclusive, deixar de pressionar nossos Deputados
para que as coisas aconteçam. São muitos os Partidos que hoje estão apoiando a
Dilma, como estão apoiando o Tarso, portanto a maioria foi construída, está
consolidada, e é preciso que as coisas aconteçam. Muito obrigado. Viva o PT!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero aqui também dar os parabéns ao Partido dos
Trabalhadores pelos seus 31 anos.
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, também quero aproveitar o momento e
cumprimentar o Partido dos Trabalhadores pelos seus 31 anos de história neste
País. Mas, antes de iniciar a minha fala, quero responder ao Ver. Pedro Ruas a
respeito do Instituto Sollus. No ano passado, eu recebi a chefe do jurídico e
da direção do Instituto Sollus, ela deixou na Presidência um relatório de sua
gestão e também esclarecimentos sobre os problemas que houve durante a
contratualização com o Município, documento que deixei à disposição de todas as
Bancadas, não sei se sua Bancada recebeu a cópia.
Ali estava esclarecido que o próprio Instituto
Sollus, quando verificou as faturas de quatrocentos mil, emitidas e recebidas
por um determinado gerente, solicitou ao Município a suspensão do pagamento,
isso lá em 2008. Por isso, as dez faturas de quatrocentos mil reais, que dão um
total de quatro milhões, correspondem à diferença que o Município reteve e não
mais pagou dos nove milhões e seiscentos, e sim pelo valor ajuizado, que são
justamente os quatro milhões. Então, na realidade, a dívida do Instituto Sollus
com o Município é de cinco milhões e seiscentos. É esse o valor, em torno
disso, que existia nos documentos e que agora está no processo que a Procuradoria
ingressou na Justiça para reaver. Então, essa é a diferença, justamente, de que
se fala. Claro que eram nove milhões de reais, mas, com os quatro milhões de
reais que não foram disponibilizados para o Sollus, que ela mesma pediu para
retenção, restaram cinco milhões e meio de reais.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para esclarecer,
agradecendo o interesse de Vossa Excelência: essa argumentação que o Instituto
Sollus fez foi aceita pelo Município?
O SR. NELCIR
TESSARO: Sim, o Município não pagou; ele reteve os valores.
O Sr. Pedro
Ruas: Então essa argumentação foi aceita?
O SR. NELCIR
TESSARO: Sim, ele não pagou, então a dívida são só os cinco milhões e meio.
O Sr. Pedro
Ruas: Obrigado, Vereador.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Até para fazer um
complemento com relação à fala de V. Exª, eu acredito, porque tive notícias,
que existe também um processo do Instituto Sollus dentro do Município, para que
o Município possa reconhecer o trabalho que foi prestado. Eu lembro que o
próprio Prefeito Municipal, na época, disse que o trabalho foi realizado, e,
com isso, essa dívida não seria nem mesmo de cinco milhões e pouco, seria uma
dívida menor. Eu não sei exatamente em quanto estaria a dívida hoje, mas não é
esse valor que está sendo divulgado.
O SR. NELCIR
TESSARO: Eu acho, Ver. Luiz Braz, que o assunto somente será dirimido no momento
em que se fizer uma perícia técnica, porque existem execuções, existem as notas
que foram consideradas falsas e há o serviço prestado, do qual não foi feita a
contrapartida do pagamento. Então, esse processo, com toda certeza, será longo,
com perícias, e assim o valor correto será apontado.
Eu quero falar um pouco aqui, ontem não tive
oportunidade, sobre a CPI da Saúde, sobre o Requerimento, até porque ele foi
protocolado na minha gestão, no dia 12 de dezembro de 2010. Eu o encaminhei à
Procuradoria justamente para um parecer, porque o meu entendimento era de que a
assinatura da Verª Neuza não teria validade. Eu tinha poderes para indeferir de
plano o Requerimento, mas não o fiz justamente para que a Procuradoria
opinasse, achei prudente levar até a CCJ, para, se fosse correto, abrir uma
CPI. Mas eu acho que todos os que receberam o Parecer da Procuradoria leram
atentamente que ali tem transcrita uma jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, que diz que, quando se tratar de Suplente de Vereador, somente valerá
sua assinatura se este estiver no exercício do mandato no momento do protocolo.
Há o julgado dentro do Relatório da própria Procuradoria. Isso está bem claro,
não há o que se discutir. E também não há que se discutir o fato de que a Verª
Maria Celeste não poderia ter dado o Parecer, ela era a segunda signatária do
Requerimento, estava impedida na CCJ de dar um parecer beneficiando a ela
mesma. Ora, quem é jurista sabe disso.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Desculpe-me por
interromper o seu raciocínio, mas queria fazer uma pergunta para esclarecer: a
Procuradora é a mesma deste Parecer e do outro?
O SR. NELCIR
TESSARO: Sim, a Procuradora é a Drª Marion. Este Parecer está dentro dos autos,
só que, no final deste Parecer, Vereador, tendo em vista que há divergências de
entendimento, ela opina no sentido de o processo ser enviado à CCJ. A própria
Procuradoria opinou que fosse enviado à CCJ, porque ela não se sentiu à vontade
para dizer se é legal ou não. Mas juntou, digo com todas as palavras,
transcreveu uma jurisprudência dizendo: Suplente de Vereador somente tem o
poder de protocolar se estiver no exercício da Vereança. Ela não estava, então
a assinatura não era válida. É lamentável.
O Sr. Idenir
Cecchim: Acho que está bem esclarecido.
O SR. NELCIR
TESSARO: Ontem, o Ver. Comassetto falou muitas vezes dizendo que o Suplente de
Vereador não pode protocolar Projeto. É muito diferente: o Vereador protocola o
Projeto, e o Projeto tem um seguimento normal na Casa. Ele pode retornar à sua
Bancada e discutir o Projeto, se assim tiver oportunidade. A mesma situação nós
vimos na semana passada, em Brasília, quando diversos Deputados, Ver. Reginaldo
Pujol, que estiveram lá por uma semana, aproveitaram o momento para protocolar
o maior número de Projetos possíveis e saíram nesta semana. É evidente que o
Vereador tem o poder de protocolar o Projeto, por isso todas as minhas
palavras. E eu fico satisfeito, porque o Ver. Melo interpôs um recurso
trazendo, claramente, como bom advogado que é, a situação, expondo item a item.
Eu quero dizer que o recurso do Ver. Sebastião Melo é muito claro, ele detalha
os passos desde a Procuradoria, o recebimento, o encaminhamento e também o
impedimento que deveria ter havido na CCJ, da Relatora, que não poderia ter
sido a Verª Maria Celeste, porque ela era a segunda signatária, ela não poderia
dar Parecer em seu benefício, era parte interessada.
Então, eu quero dizer que, por tudo isso, eu tenho
certeza, a Verª Sofia vai acolher os pedidos de efeito suspensivo para ambos os
recursos, para, justamente, a legalidade dos atos voltarem à normalidade,
retornando o processo para a CCJ, para que a Comissão o aprecie, faça o seu
relatório, aprove-o e o envie para este Plenário, para que todos os Vereadores
possam, assim, votar favoravelmente ou não. É isso que nós temos que fazer.
Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, quero fazer um pedido a Vossa
Excelência. Há alguns dias eu estou tentando localizar um processo que deu
origem a uma CPI, em 2001, chamada de CPI do DEMHAB. Esse processo foi
localizado graças à diligência do nosso querido Diretor Luiz Afonso, só que,
segundo o Diretor do Protocolo, há um impedimento, através de uma Resolução,
que não permite que processos que tratem de CPI saiam do Protocolo. Eu quero
fazer uma pesquisa sobre essa matéria, estou fazendo esse Requerimento e espero
que V. Exª o defira para que eu possa ter esse processo em carga por alguns
dias.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Logo em seguida, após consultar a nossa Diretoria
Legislativa, eu lhe darei um retorno.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente, a pedido do Ver. Todeschini, mesmo que
seja antirregimental, eu vou tentar dizer do que se trata essa matéria. Em
2001, houve uma CPI nesta Casa, dentre várias, cujo objeto de investigação
tratava das irregularidades na venda dos apartamentos do Jardim Leopoldina. Na
época, quem estava no Governo era o atual Governador Tarso Genro, que já estava
na boca para sair do Governo Municipal, para disputar uma prévia com o Sr.
Olívio Dutra. E aí, no meio do caminho, o que fez o Sr. Tarso Genro, através do
seu Líder, Estilac Xavier? Buscou lá da Santa Maria da Boca do Monte o hoje
Ministro aposentado do Supremo, Eros Grau, uma das bancas mais caras de
advocacia deste Estado, e o contratou para poder trancar a CPI nesta Casa.
Quando eu pedi um punhado de material, a Prefeitura mandou-me os processos
faltando algumas folhas, e justamente os dados que eu queria não vieram. Quando
eu os ameacei de entrar na Justiça, eles me mandaram uma Kombi cheia de
material. Isso em 2001.
Eu quero analisar esse processo. “Ah, porque nós,
do PT, somos favoráveis à CPI; porque nós, do PT...” Não, o PT, quando está no
Governo, não quer CPI! Eu não sou contra CPI, sou favorável à CPI, acho que é
um direito das minorias. Não há problema nenhum. O que eu estou questionando, e
esta Casa vai decidir ou não, é se ela vale ou não vale.
O Sr. Beto
Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para colaborar
com Vossa Excelência. Além da CPI do DEMHAB, em 2001, a CPI da Saúde, em 2004,
já constituída, presidida pelo então Ver. Claudio Sebenelo, também foi barrada
na Justiça, na época, brilhantemente, pelo então Ver. Juarez Pinheiro, do PT. A
CPI era para tratar dos mesmos assuntos, assuntos importantíssimos sobre
traumatologia, demora no atendimento e assim por diante. Então, além dessa, em
2004 também foi barrada na Justiça uma CPI já instalada aqui na Casa.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Então, frente à sua informação, eu vou adendar meu
Requerimento: solicito que venha também o processo da CPI da Saúde, para que eu
possa analisá-lo. Junto com a CPI do DEMHAB, eu quero também ter acesso à CPI
da Saúde, para contribuir com o debate.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Um brevíssimo aparte
e, respeitosamente, agradeço-lhe, porque eu quero responder ao Ver. Nelcir
Tessaro - não tive antes a oportunidade. Quanto à questão da Verª Maria Celeste
ser ou não Relatora, não há nenhum impedimento. Só para deixar isso registrado.
Não há nenhum impedimento.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Mas eu não vim para tratar desse tema, e o meu
tempo já se foi. Eu quero dizer que eu escrevi um artigo na semana retrasada,
saiu no Jornal do Comércio, cujo título é o seguinte: “Leis para quê?” Eu vou
pensar, não quero dizer uma coisa peremptoriamente, mas, por enquanto, não vou
propor mais nenhum projeto de lei nesta Casa e, talvez, não proponha mais
nenhum até o final do meu mandato. Eu fiz poucas leis, mas duas leis para mim
são emblemáticas, que é a Lei das Carroças e a Lei da Construção Legal. A Lei
das Carroças levou um ano e seis meses para ser regulamentada, depois levou
mais um ano e tanto para ser feito o Fundo. E, se vocês me perguntarem o que
aconteceu até agora, ela não saiu do papel, porque sequer os carroceiros foram
cadastrados.
Eu estive com o Prefeito Fortunati na semana
passada, e, depois de uma longa carta que fiz a ele, nós tratamos somente da
Construção Legal, porque o Secretário Busatto, que está encarregado da Lei das
Carroças, não estava. A Construção Legal é diferente, são cem mil pessoas,
Vereadores, que vão poder regularizar os seus imóveis. Eu tive a cautela de
convidar, de ir ao Prefeito antes da sanção da lei, de perguntar aos órgãos
competentes - SMOV, Procuradoria, SPM -, todos juntos, e todo o mundo dizia
assim: “Prefeito, esta é a melhor lei dos últimos tempos!” Pois a Procuradoria
que aplaudiu a lei - não sei se tem algum interesse no meio, não sei - é a
mesma Procuradoria que diz que a lei tem problemas.
Eu estou pensando seriamente, acho que, se essas
leis não saírem do papel, eu não vou propor mais nenhuma lei nesta Casa, porque
eu acho uma coisa muito danosa com o exercício parlamentar. O Brasil tem uma
fúria legiferante muito grande, não precisamos de tantas leis. Acredito que
temos outro papel, porque, cá para nós, se vocês forem analisar as leis dos
Vereadores que estão aqui e as dos que passaram por aqui, 5% delas estão sendo
cumpridas - não sei se é esta estatística -, mas dificilmente é mais do que
isso. Portanto, esta Casa tem que fazer uma reflexão, Presidente. Acho que não
basta produzir leis. Acredito que temos que dar uma parada na produção de leis.
Vamos regulamentar, vamos extirpar, vamos começar uma vida nova, porque senão é
um jogo de faz de conta. É um jogo de faz de conta! Faz de conta que faz uma
lei, a Prefeitura faz de conta que cumpre, o sujeito faz um panfleto, bota na
rua, diz que fez tantas leis, e fica por isso mesmo. Se leis resolvessem o
problema do Brasil, não haveria miséria, não haveria fome, e os corruptos
estariam na cadeia - porque há leis para tudo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Sebastião Melo, que me fez um Requerimento
verbal, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no meu entender, no
momento em que um Vereador não tem acesso a um Projeto ou a um Requerimento, eu
não consigo entender o Parlamento. Até mesmo para podermos ter convicção
daquilo que estamos votando, convicção daquilo que estamos encaminhando, a Srª
Vereadora e o Sr. Vereador têm que ter conhecimento e, para ter conhecimento,
têm que ter acesso aos documentos. Então, Ver. Sebastião Melo, peço ao senhor
que faça um Requerimento, e, logo de imediato, eu o estarei encaminhando.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, quero parabenizá-lo pela sua posição neste momento.
Parabéns!
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Meu querido amigo Ver. DJ Cassiá, Presidente dos trabalhos; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o pronunciamento do Ver.
Sebastião Melo me fez pensar a respeito daquilo que nós já legislamos nesta
Casa. Algumas leis não foram cumpridas, e ele tem razão. Eu acho que vivemos em
um momento em que estamos mais próximos de uma ditadura do que de uma
democracia, porque o Executivo é o grande Poder que nós temos hoje na
República, ele pode tudo; e o Legislativo é um Poder que se apequenou. E não
foi por culpa de ninguém; foi por culpa dos próprios integrantes deste Legislativo.
Infelizmente os Legislativos, nos últimos tempos, têm sido legislativos muito
mal formados por pessoas que nunca souberam cobrar a dignidade que deve haver
numa Casa Legislativa, acabaram, muitas vezes, vendendo o seu direito de
legislar para que o Executivo pudesse se fortalecer. Por isso o Executivo
tornou-se um Poder enorme, gigante, e o Legislativo um Poder muito pequeno.
Eu lembro de algumas leis, Ver. Cecchim, de alguns
projetos importantes que nós fizemos aqui - e a lei é da Casa não é de um
Vereador -; fizemos projetos que deram origem, depois, a leis. Uma delas foi a
da Área Azul, que fizemos apenas para a Região Central da Cidade, porque era
uma região que precisava de uma rotatividade para que as pessoas pudessem ir
até as casas comerciais, até os bancos para fazerem os seus negócios. Depois
essa legislação foi ampliada pelos vários Governos, e essa ampliação acabou
tomando conta de toda a Cidade. Acho que a ampliação foi um erro, foi feita
muito mais pensando no lado comercial do que no lado de organização da Cidade,
mas eu posso dizer que teve origem nesta Casa a legislação que acabou criando a
Área Azul.
Outra legislação foi com relação aos lotações. A
criação do lotação foi a partir de Projeto do então Ver. Sadi Schwerdt, que
criou essa modalidade de lotações, e nós ampliamos para 21 lugares para as
linhas longas, primeiramente, e depois os 21 lugares ficaram praticamente para
todas as linhas na Cidade. Foi uma legislação feita aqui, foi bem discutida e
hoje é cumprida regiamente. Se não fossem os 21 lugares, acredito que o lotação
teria pouca chance de sobrevivência. Hoje se pensa em fazer lotações com 25
lugares, mas é exagerado; o lotação com 25 lugares fica numa situação difícil
de ser aprovado, porque aí entra em conflito com os ônibus.
Lembro-me também do nosso Projeto que deu origem à
possibilidade de formação de empresas de táxis-lotação, porque antigamente as
pessoas podiam ter apenas um lotação - as pessoas colocavam os lotações em nome
da esposa, em nome do primo, em nome do tio, e a gente deu oportunidade de
fazer empresas com até seis carros. Também foi uma legislação que deu início a
alguma coisa que fortaleceu os lotações.
Sobre o plantio de árvores frutíferas na Cidade: é
claro que eu tive algumas leis, originadas de Projetos apresentados na Casa,
que não foram cumpridas, e eu acho que isso se deve mais a uma incapacidade
minha mesmo e de toda Casa de fazer uma fiscalização e uma cobrança maior do
Executivo.
Lembro que o Prefeito Tarso Genro acabou
regulamentando quase cem leis aqui na Cidade, a pedido da Câmara Municipal; e
tudo isso é força que falta à Câmara Municipal, aos Vereadores, essa vontade
que cada Vereador tem que ter de fazer cumprir a legislação que é feita aqui.
Acho que temos que ter essa consciência. Nós estamos hoje brigando muito por
picuinhas, coisas às vezes sem muita importância, e deixando de fazer com que
essa dignidade do Legislativo possa realmente sobrepairar nesta República,
porque, afinal de contas, este é o Poder mais forte em qualquer democracia que
queira se formar - o Poder Legislativo -, e nós temos que cobrar por isso.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos ao
O Ver. Beto Moesch
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente dos
trabalhos, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, como é Grande Expediente, vou tratar aqui ao menos de dois
assuntos, um de forma mais extensa. Mas inicio com uma notícia que chamou a
atenção de muitas pessoas. Depois, Ver. Dr. Raul, de Nova Iorque proibir o
cigarro em ambientes fechados, assim como praticamente todas - todas - as
cidades importantes do mundo, Ver. Carlos Todeschini - Vossa Excelência votou
contra o Projeto de Lei que procurava proibir o cigarro em ambiente fechado,
uma questão de Saúde Pública, uma questão de educação e de Saúde Pública! -,
Nova Iorque proibiu o cigarro, Ver. Toni Proença, por uma questão de educação,
não só de Saúde Pública, em parques, praças e na sua orla.
É óbvio que nós, Ver.
Dr. Raul, não vamos propor algo semelhante, porque esta Cidade não está
preparada para isso. De qualquer maneira, mostra como isso não tem mais volta.
O Uruguai não só proibiu o cigarro em ambiente fechado há mais de dez anos como
está travando uma batalha sobre o assunto com a Philip Morris e está ganhando
essa parada em processos judiciais em nível internacional. Em Buenos Aires, é
proibido; em todas as capitais do Brasil, é proibido fumar em ambiente fechado.
Só há uma exceção: Porto Alegre. A nossa lei permite o cigarro em ambiente
fechado, desde que haja uma separação de ambientes.
Volto ao tema, Ver. Dr. Raul, porque a SMIC está
fazendo um excelente trabalho de fiscalização, ao menos no que diz respeito à
lei vigente, isso, sim; como nunca, está havendo uma fiscalização forte nesse
sentido. Mas Porto Alegre está atrasada com relação a esse aspecto. Na minha
opinião, a Câmara de Vereadores deve isso para a Cidade. Não há como falar em
saúde se é permitido cigarro em ambiente fechado. Então, que não se fale em
saúde, em educação, vamos ser coerentes. Trouxe à tona isso porque é uma
realidade. São impressionantes as campanhas, por exemplo, em todo o Estado de
São Paulo e em todo o Estado do Paraná, entra-se numa loja, em qualquer
estabelecimento fechado, e está lá o cartaz, além da lei já aprovada, dizendo
que é proibido fumar e por que não se deve fumar. Isso é desenvolvimento e
respeito com a população.
O Sr. Dr. Raul
Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch,
quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento. Realmente, lamento a posição que foi
tomada pela Casa ainda em relação ao Projeto que apresentamos em parceria, por
sugestão de Vossa Excelência. Estamos permanentemente nessa luta. Penso, como
já conversamos, que devemos propor um novo Projeto nesse sentido, para que
possamos fazer com que Porto Alegre seja realmente um lugar bom para se
conviver em ambientes fechados. Quero saudar também o nosso colega Ver. Valter
Nagelstein, que está à frente da SMIC, pelo grande trabalho que tem sido feito,
muito especialmente na área da fiscalização da lei vigente.
O SR. BETO
MOESCH: Obrigado, Ver. Dr. Raul.
O Sr. Nilo
Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns pelo seu
discurso, Ver. Beto. O senhor pode contar com o apoio deste Vereador, caso
apresente o novo Projeto, com certeza.
O SR. BETO
MOESCH: Obrigado, Ver. Nilo Santos. Inclusive eu falava agora com o Ver. Dr.
Raul, e nós queremos apresentar o Projeto de Lei, Ver. Nilo Santos, com todos
os Vereadores que entenderem o Projeto de Lei como de coautoria. Era de
coautoria minha e do Ver. Dr. Raul, mas outros Vereadores se pronunciaram, como
V. Exª, a favor do Projeto, nós vamos reapresentá-lo, e V. Exª já está
convidado a ser um dos coautores, porque não dá mais para esperar. Não podemos
ser os últimos ou mesmo os únicos a permitir o cigarro em ambiente fechado.
Aliás, esta Casa dá um bom exemplo hoje. Quando assumi nesta Casa, em 2001,
fumava-se até dentro deste plenário. Nos corredores, então, nem se fala! A
própria Casa dá um excelente exemplo em proibir o cigarro em ambiente fechado.
Então, ela tem que estender isso para os demais estabelecimentos também.
Outro assunto que repercutiu muito na imprensa -
pena que a nossa Presidente não esteja aqui - foi uma visita da Verª Sofia
Cavedon à Ipanema. Ela ficou chocada, pelo que eu li, ao menos, com as
oferendas feitas na orla do Guaíba. Só que há um problema, e o Ver. Sebastião
Melo e o Ver. Luiz Braz falaram de leis, Ver. Tarciso: pelo Código Municipal de
Limpeza Urbana, não se pode colocar lixo fora do horário, o que está correto. O
DMLU, finalmente, está multando, porque nós temos direitos e deveres, não só
direitos. Se tu colocares, no domingo, lixo na calçada, tu vais ser multado;
isso está correto. É assim em qualquer parte do mundo. Não existe sociedade
evoluída sem regras e sem normas. Se tu fores flagrado colocando lixo no chão,
pelo Código Municipal de Limpeza Urbana, tu podes e deves ser multado, mas, se
for oferenda religiosa, não! Isso é uma lei aprovada aqui em 2008. Portanto, se
for oferenda, não há delito ao Código Municipal de Limpeza Urbana. Pode sujar,
pode poluir, se for para ato religioso. Tem cabimento isso?!
Onde está o princípio da isonomia do qual falávamos
agora? Se a PGM, se a Fazenda ganharam aumentos, os engenheiros deveriam ganhar
também, isso é isonomia. Aqui também é isonomia, uns podem poluir, e outros,
não? Mas o que é isso? É claro que a liberdade religiosa deve ser assegurada,
mas tem que haver normas, tem que haver limites. É a mesma coisa que uma sessão
evangélica causar poluição sonora, não pode! Estou falando isso, porque nós
temos um trabalho nesse sentido. Não houve mais registro de poluição sonora por
atividades religiosas. A questão dos sinos da Igreja Católica nós conseguimos
superar também. Há limites para a Católica, para a Evangélica e para Afro
também. Pode fazer as oferendas? Não é essa a questão, mas
não pode poluir, não pode sujar. É uma lei aprovada nesta Casa em 2008. É
inadmissível!
E o terceiro assunto
é a questão que nós não podemos jamais cansar de pautar: mais uma vez o
problema das ocupações irregulares no Brasil. Sempre disse isto, o maior
passivo socioambiental deste País, nos centros urbanos, são ocupações em áreas
de risco, topos de morro, encostas e beira de recursos hídricos. Pois, depois
do que aconteceu em Blumenau duas vezes, em Itajaí, em Angra dos Reis, em Ilha
Grande, em Niterói, na Capital do Rio, em Pernambuco, em Alagoas, onde,
somando, milhares de pessoas morreram, sem falar das desabrigadas, das feridas,
sem falar dos prejuízos econômicos para o Erário, no início do ano,
estarrecidos, pelo que se tem notícia, aconteceu a maior catástrofe por
desabamentos na história do Brasil em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
Oitocentas pessoas morreram, com mais de quatrocentas, até hoje, desaparecidas.
Essas cidades por si só já são áreas de risco, são morros. Então, não há
planejamento urbano, não adianta ter Plano Diretor se não congelarmos as
ocupações irregulares.
Isso nós não temos em
Porto Alegre, nunca tivemos e continuamos não tendo. Enquanto nós estamos aqui,
há uma casa sendo construída, um puxadinho sendo feito numa área de risco.
Imaginem o custo do reassentamento! O custo para levar serviço público para
essas pessoas! É por isso que nós conseguimos aprovar, aqui na Casa, duas
Emendas fundamentais, Ver. DJ Cassiá. Uma, que eu não sei se está sendo
colocada em prática, mas confiamos muito no Ver. Humberto Goulart, para que o
DEMHAB priorize as suas casas, a ocupação de suas casas, ofertando suas casas
justamente para as pessoas que vivem em áreas de risco. E algo que foi
anunciado recentemente apenas, mas conseguimos aprovar, que é finalmente o
mapeamento, o zoneamento das áreas de risco na cidade de Porto Alegre. Nós não
temos hoje sequer um diagnóstico, nós não sabemos precisamente quantas famílias
moram em beira de arroios, na orla do Guaíba, em topo de morro e nas encostas,
não temos isso. Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo tinham o mapeamento, já
estavam iniciando o trabalho, e deu no que deu. Nós nem isso temos. Quer dizer,
não há como avançar nesse processo.
Nós temos que encarar, sim, que o congelamento tem
que ser feito, temos que coibir a invasão e, ao mesmo tempo, dar garantias de
habitação decente e humana para essa pessoa. É óbvio, são trabalhos juntos,
paralelos, mas tem que haver o congelamento. Estamos presenciando alguns
reassentamentos importantes que vêm sendo trabalhados por vários Governos - a
Vila Dique, Nazaré, arroio Cavalhada -, mas ao mesmo tempo não há o
congelamento de novas invasões. O passivo socioambiental e econômico das
invasões é impressionante; está aí, mais uma vez o exemplo: Teresópolis,
Petrópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. E isso pode ocorrer aqui, Ver.
Toni Proença. Quantas vezes nós fomos ao Morro da Glória, e a demanda dos
moradores era pedir o congelamento? Mas elas também invadiram uma área de
risco, por desespero, por necessidade, muitas vezes. Mas isso tem que ser
enfrentando, tem que congelar. Tem que ter uma equipe permanente, 24 horas
rondando essas áreas, congelando a ocupação irregular.
Paralelamente a isso, devemos priorizar o Programa
Minha Casa, Minha Vida, que é um trabalho, uma proposta importante, sim, mas
priorizar, no Programa Minha Casa, Minha Vida, as pessoas que vivem em ocupação
em área de alto risco. Aí, sim, teríamos uma política habitacional, ambiental e
de infraestrutura, buscando reparar esse passivo histórico de décadas e décadas, que começou lá nos anos 20, no Rio de Janeiro, e
que são ocupações informais, e tudo que é informal gera promiscuidade, gera
problema. Só há como enjambrar, não se consegue oferecer um serviço à altura.
Então, esse trabalho tem de ser enfrentado.
Encerro com uma frase
do Governador Sérgio Cabral, que sempre a repete quando vem catástrofe. Segundo
ele, no Brasil, ordem pública e direitos humanos eram vistos como contrapostos,
mas é justamente o contrário, o ordenamento público é o que garante os direitos
humanos. E, justamente, por termos pena é que causamos essas ocupações totalmente
irregulares, tanto de pobres como de ricos, porque nós temos ocupações
irregulares feitas por pessoas de faixa de renda mais alta, comprometendo a
nossa geologia, nossa flora, nosso solo, a nossa economia, colocando
literalmente em risco as pessoas que ali estão e as que estão abaixo também.
Muito obrigado.
(Não revidado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está
encerrado o Grande Expediente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 4571/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 192/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que denomina Rua Jacob Mengue Justo o logradouro não
cadastrado conhecido como Rua Quatro – Rua Comandante Caleffi.
PROC.
Nº 4572/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que denomina Rua Aquiles de Freitas Viegas o logradouro
não cadastrado conhecido como Rua Dois – Rua Comandante Caleffi.
PROC.
Nº 4573/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que denomina Rua Cláudio Campelo de Simas o logradouro não
cadastrado conhecido como Rua Um – Rua Comandante Caleffi.
PROC.
Nº 0022/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/11, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor
Samuel de Almeida Lima Filho.
PROC.
Nº 0023/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/11, de autoria do
Ver. Mario Manfro, que denomina Rua São Cristóvão o logradouro não cadastrado
conhecido como Beco Dois – Rua Lauro Rodrigues –, localizado no Bairro Rubem
Berta.
PROC.
Nº 0144/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José da Maia Martins o logradouro
público cadastrado conhecido como Travessa José Bonifácio, localizado no Bairro
Mário Quintana.
PROC.
Nº 0275/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/11, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que denomina Rua José Ney Faillace Biffignandi o
logradouro registrado e cadastrado conhecido como Rua Puri, localizado no
Bairro Tristeza.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2594/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/10, de autoria do
Ver. André Carús, que institui o Programa Municipal do Primeiro Emprego e
inclui art. 19-B na Seção I do Capítulo II do Título II da Lei Complementar nº
7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, dispondo sobre o cálculo
do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza de empresa que aderir a esse
Programa.
PROC.
Nº 4500/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 043/10, de autoria do Ver. Idenir Cecchim,
que concede o Diploma Honra ao Mérito à Associação Educacional Santa Rita de
Cássia – Instituto Educacional Presidente Kennedy.
PROC.
Nº 0028/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/11, de autoria do Ver. João Bosco Vaz,
que concede a Comenda Porto do Sol à União dos Destaques do Carnaval de Porto
Alegre – Udesca.
PROC.
Nº 0029/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/11, de autoria do Ver. João Bosco Vaz,
que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre à VIA – Pró Doações e
Transplantes (VIAVIDA).
PROC.
Nº 0032/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/11, de autoria do Ver. João Bosco Vaz,
que concede o Diploma Honra ao Mérito ao jornalista André Luiz de Mello
Machado.
PROC.
Nº 0201/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/11, de autoria do Ver. Toni Proença,
que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Newton Roberto Lopes Boa Nova.
PROC.
Nº 0344/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/11, de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol, que concede o Diploma Honra ao Mérito à Associação Cristã de Moços do
Rio Grande do Sul – ACM-RS.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Nada mais havendo a
tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 16h56min.)
* * * * *